Brasil, China e Argentina: um debate eleitoral

Como a China e o Brasil tem interferido no processo eleitoral argentino?

(Foto: Sputinik / Natacha Pisarenko)

Neste domingo (22 de outubro), a Argentina viveu o primeiro turno das eleições presidenciais. Como nenhum dos candidatos alcançou a maioria para ser eleito no primeiro turno, o processo eleitoral terá segundo turno previsto para o dia 19 de novembro. A disputa do segundo turno será com Sergio Massa, atual ministro da economia e candidato do partido peronista, e Javier Milei, candidato do partido de extrema-direta argentina.

Dos programas dos dois candidatos, as relações internacionais e a politica externa da Argentina com países como China e Brasil são critérios relevantes para a decisão popular. A aproximação nos últimos anos da China com a Argentina como a entrada do país na Rota da Seda e a possibilidade de trocas financeiras em renminbi são opiniões que diferenciam os candidatos em suas propostas.

De um lado, temos Javier Miler que propõem abertamente o rompimento de relações com a China, o qual poderá comprometer a entrada da Argentina no BRICS. Também, o candidato ultraliberal traz a vontade de retirada da Argentina do Mercosul, além de ataques diretos ao presidente Lula, chamando-o de socialista “com vocação totalitária”.

De outra parte, Massa tem trazido bastante o seu interresse de investimentos externos nas áreas de infraestrutura que estão relacionados com a atual relação com a China e os interesses chineses de aproximação com os países da America Latina. Além disso, é importante trazer a aproximação política entre o Brasil e a Argentina principalmente após a vitoria eleitoral de Luiz Inacio Lula da Silva em 2022 que poderia ser facilitada com a possibilidade de presidência de Massa.

Um fator que intervém bastante e é usado pela onda nacionalista que o candidato Milei vem aproveitando e usando em seus discursos é o preconceito ético e racial contra a China e descendentes chineses, muito comum e investido pelo ultraconservadorismo da extrema direita. Outrossim, há um grau de incerteza de relações da Argentina caso entrasse um governo de caráter liberal e conservador diante de uma nova onda de governos de esquerda e populistas na America Latina.

Dessa forma, há uma clara diferenciação entre os dois candidatos diante a aproximação dos países da America Latina e a China, devido ao caracter de linha política. As eleições argentinas são atípicas, com uma disputa eleitoral entre o peronismo e a extrema-direita, o resultado eleitoral do segundo turno definirá o futuro da politica externa argentina e o futuro das relações entre o Brasil com seu parceiro geográfico e as tentativas de aproximação chinesas com o governo argentino.

*Com informações do Opera Mundi e do Brasil de Fato

*Supervisão: Thayna Zanocco

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