Rio de Janeiro, 11 jul (Xinhua) — A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, destacou na quarta-feira o avanço no controle de incêndios na região do Pantanal, após participar de reunião da sala de situação criada pelo governo para tratar incêndios e secas no país, realizada em Brasília.
Segundo a ministra, até ao momento, 30 dos 54 focos de incêndio registrados na zona foram extintos.
“Ainda temos 24 incêndios ativos, 13 dos quais já estão controlados. E há cerca de três que surgiram agora, e estamos planejando como assegurar que também tenham brigadas”, disse.
O secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Planejamento Ambiental Territorial, André de Lima, ressaltou que o esforço continua para que, nos próximos 30 dias, as queimadas fiquem abaixo dos níveis do maior incêndio registrado no bioma, ocorrido em 2020.
Embora o mês de junho tenha apresentado índices superiores aos daquele ano, a expectativa é que isso se reverta e se consolide em uma área queimada inferior ao total de 3,6 milhões de hectares alcançado há quatro anos.
Segundo Marina Silva, já se pode considerar o início da estabilização, resultado do grupo de trabalho empreendido por diversas frentes do governo federal e dos governos dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Atualmente, 830 profissionais do governo federal, 15 aviões, 15 navios e três bases nos municípios de Corumbá, Poconé e Porto Conceição trabalham no combate aos incêndios.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, em cooperação com os Corpos de Bombeiros estaduais, atuam nas frentes.
“Temos cerca de 395 horas de voo dedicadas a estas operações. Fazemos um grande esforço em relação aos locais de difícil acesso, mas com o reforço que tem sido dado pelas aeronaves, pelos helicópteros, isso tem ajudado nossas equipes a ganhar velocidade e eficácia no combate aos incêndios”, afirmou Marina Silva.
Sobre as investigações realizadas pela Polícia Federal para apurar responsabilidades, a ministra disse que foram realizadas 20 batidas nos locais onde foram identificados os focos, em trabalho conjunto com o Ministério Público e as polícias estaduais.
Marina Silva destacou ainda o esforço nacional em relação aos novos marcos regulatórios ambientais, como medidas provisórias para reduzir o tempo de espera para contratação de bombeiros e permitir que estrangeiros pilotem aeronaves em território brasileiro.
A aprovação do Projeto de Lei de Combate ao Incêndio (PL), que agora está sendo regulamentado pelo governo federal, também foi mencionada pela ministra.
“Estamos criando agora uma Task Force para o Parque Nacional, que é de nossa responsabilidade e onde temos observado um aumento dos incêndios, e estamos agora mobilizando equipes para reforçar o combate dentro do parque”, disse.
O Pantanal é a maior planície alagada do mundo, localizada principalmente no Brasil, mas se estendendo também até a Bolívia e o Paraguai. O ecossistema, vital para a regulação do ciclo da água e do clima na região, é conhecido pela sua rica biodiversidade, acolhendo uma grande variedade de espécies de flora e fauna, muitas das quais estão em perigo de extinção.
No dia 24 de junho, o governo declarou estado de emergência na região devido aos incêndios, que causaram graves danos econômicos e ambientais.
Segundo o Laboratório de Aplicações Ambientais por Satélites (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os incêndios já devastaram 764,8 mil hectares do Pantanal este ano.