Bancos multilaterais anunciam plano para ampliar investimentos ambientais até 2030

Compromisso apresentado na COP30 reforça papel do Brasil na liderança global da agenda climática

(Foto: Reprodução)

Belém (PA) — No primeiro dia da COP30, realizada em Belém, os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs) assumiram um novo compromisso global para acelerar o fluxo de investimentos voltados ao meio ambiente e à biodiversidade. As instituições divulgaram um relatório conjunto com métricas e recomendações que visam impulsionar o financiamento de projetos sustentáveis, consolidando um modelo econômico mais verde e inclusivo.

De acordo com o documento, a meta até 2030 é mobilizar US$ 120 bilhões (R$ 634 bilhões) em recursos próprios, além de US$ 65 bilhões (R$ 343 bilhões) em capital privado, totalizando US$ 185 bilhões destinados a iniciativas climáticas e de proteção ambiental. O plano busca ampliar a cooperação internacional e fortalecer o papel dos bancos multilaterais como pilares financeiros da transição energética global.

Durante a abertura da conferência, o governo brasileiro destacou o caráter estratégico dessa mobilização de recursos, especialmente diante do desafio de conciliar crescimento econômico e preservação ambiental. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o protagonismo do Brasil em fóruns internacionais e a disposição do país em liderar uma agenda ambiental ambiciosa e colaborativa, voltada à redução das desigualdades e à promoção de um desenvolvimento sustentável.

Entre as propostas apresentadas por Lula na Cúpula do Clima está o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, que pretende arrecadar US$ 300 bilhões (R$ 1,58 trilhão) anuais até 2035, com foco na preservação das florestas e na valorização dos biomas tropicais. O plano se soma a uma série de compromissos que incluem o manejo integrado do fogo, o fortalecimento do mercado de carbono, a transição energética justa e o alinhamento das políticas climáticas ao combate à fome e à pobreza.

O Brasil também propôs a criação de um Conselho do Clima vinculado à Assembleia Geral da ONU, com a missão de promover uma governança ambiental mais ágil e efetiva, capaz de acelerar a execução dos compromissos internacionais.

A COP30, sediada pela primeira vez na Amazônia, simboliza o esforço global em transformar promessas em ações concretas. Com a adesão dos BMDs e o protagonismo brasileiro, o encontro reforça a ideia de que o futuro verde depende da cooperação financeira, política e social entre as nações — e que o caminho para um planeta sustentável passa, necessariamente, por investimentos estruturados e compromissos compartilhados.

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