O órgão regulador da internet na China disse no último domingo (4) ter ordenado que as lojas de aplicativos de smartphones parem de oferecer o app da empresa Didi Chuxing, que é dona da 99 no Brasil, citando necessidade de proteção da segurança nacional e interesse público
A Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês) ordenou que a empresa faça alterações para cumprir as regras chinesas de proteção de dados.
A medida ocorre dias depois de a empresa começar a negociar ações na bolsa de valores de Nova York após levantar US$ 4,4 bilhões em uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).
A CAC não especificou a natureza da violação da Didi em um comunicado, mas disse que a ação também visava prevenir riscos relacionados à segurança de dados, citando a lei de segurança nacional da China e a lei de segurança cibernética.
A companhia afirmou que parou de registrar novos usuários e que removeria seu aplicativo das lojas on-line, como foi solicitado.
“A empresa espera que a remoção do aplicativo possa ter um impacto adverso em sua receita na China”, afirmou a empresa em um comunicado nesta segunda-feira (5), mas não entrou em detalhes sobre a extensão potencial dessas implicações.
Analistas disseram não esperar um grande impacto nos lucros, já que a base de usuários da Didi na China é grande. A remoção do aplicativo não afeta os usuários existentes.
A empresa coleta uma grande quantidade de dados de mobilidade para pesquisa de tecnologia e análise de tráfego. Em comunicado, a Didi também disse que se esforçará para corrigir quaisquer problemas e protegerá a privacidade dos usuários e a segurança dos dados.
A ação do órgão chinês ocorre em meio a um aperto regulatório generalizado sobre as empresas de tecnologia chinesas, que começou com o cancelamento do IPO de US$ 37 bilhões planejado pela fintech Ant Group, afiliada da Alibaba, no final do ano passado.
Grande parte da blitz regulatória da China tem sido feita por seu órgão antitruste e a ordem contra a Didi representa uma das ações mais importantes da agência desde sua fundação em 2014, sugerindo uma ênfase crescente no rigor com a segurança de dados para empresas listadas nas bolsas dos EUA.
A China anunciou nesta segunda-feira (5) que investigará outras duas empresas do país que acabaram de entrar na bolsa nos EUA: a Full Truck Alliance – uma fusão das plataformas de transporte Yunmanman e Huochebang – e a Kanzhun, proprietária da plataforma de busca de emprego Boss Zhipin.