O Departamento de Defesa dos EUA divulgou, na segunda-feira (6), uma nova lista de supostas “empresas militares chinesas” – uma relação de empresas que, segundo o órgão, colaboram com as Forças Armadas da China. A imprensa internacional rapidamente observou que até mesmo a Tencent Holdings foi incluída na lista, o que gerou surpresa e pânico nos mercados internacionais. De uma perspectiva externa, a Tencent é amplamente conhecida pelo seu aplicativo de mídia social WeChat e pelo jogo Honor of Kings. A empresa não tem conexão com a alegação do Pentágono de “colaboração com os militares chineses”. Alguns veículos de mídia internacional de destaque publicaram matérias com a Tencent em suas manchetes, indicando sua visão sobre a lista: ela é nada menos que absurda.
Na noite de terça-feira, a Tencent Holdings respondeu que pretende iniciar um Processo de Reconsideração para corrigir esse erro. Durante o processo, a empresa pretende dialogar com o Departamento de Defesa dos EUA para resolver possíveis mal-entendidos e, se necessário, recorrerá à via judicial. Além da Tencent, outras empresas chinesas adicionadas à “lista negra” incluem CATL, China Commercial Aircraft Corporation, China COSCO Shipping Corporation, CXMT, entre outras. Com essa atualização, a “lista negra” do Pentágono agora inclui 134 empresas, cobrindo praticamente todas as principais empresas de tecnologia da China. Qualquer observador atento pode facilmente reconhecer que isso é uma tentativa mal disfarçada dos EUA de suprimir as empresas líderes de tecnologia da China sob a frágil desculpa de “segurança nacional”.
A lista de empresas relacionadas ao setor militar do Pentágono está se tornando uma farsa política cada vez mais absurda. Empresas chinesas são incluídas ou excluídas com base em meras especulações de políticos, com termos como “possivelmente” e “preocupações” sendo os mais usados. Muitas empresas, incluindo Xiaomi, DJI, Hesai e Advanced Micro-Fabrication Equipment Inc China (AMEC), recorreram à Justiça para proteger seus direitos legítimos. Algumas apresentaram queixas ou abriram processos contra o Pentágono, enfrentando até mesmo “segunda rodada de ações judiciais”, mas a abordagem arbitrária do Pentágono permanece como um “adesivo teimoso” que não pode ser removido. Este ano, DJI e Hesai continuam na lista. O Pentágono retirou seis empresas chinesas sem dar qualquer explicação, demonstrando pouco respeito pelas perdas que essas empresas sofreram durante o período em que estiveram na lista.
Por meio de processos movidos por empresas chinesas anteriormente incluídas na “lista negra” do Pentágono, aprendemos alguns detalhes reveladores. Por exemplo, a AMEC foi listada simplesmente porque recebeu um prêmio de manufatura do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China. Enquanto isso, a DJI descobriu que o Pentágono inicialmente se recusou a dialogar com a empresa, mas depois apresentou um relatório cheio de erros, falhando até mesmo em diferenciar drones de consumo movidos a bateria de drones militares que utilizam gasolina ou diesel. Isso demonstra que a chamada “lista” do Pentágono não passa de uma “bagunça desorganizada”. Quais são exatamente os “critérios de determinação” do Pentágono? Um analista da Stansberry Research, uma editora de pesquisas financeiras nos EUA, foi direto ao ponto: “Está se tornando claro que, se você é uma empresa chinesa inovadora e lucrativa, provavelmente será considerado uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Surreal.”
O próprio ato do Pentágono de criar essa lista sob o pretexto de “envolvimento militar” reflete uma mentalidade hegemônica que visa proibir conquistas tecnológicas de contribuírem para o desenvolvimento da defesa nacional da China. Isso demonstra padrões duplos flagrantes. É difícil imaginar como a modernização da defesa de um país poderia avançar sem depender de tecnologia avançada. Na verdade, muitas empresas de alta tecnologia dos EUA mantêm laços estreitos com o Pentágono. Por exemplo, a Microsoft garantiu um contrato de computação em nuvem de US$ 10 bilhões com o Pentágono, e o órgão até contratou o vice-presidente da Apple, Doug Beck, nomeando-o como diretor da Unidade de Inovação em Defesa. Na era da inteligência artificial, o Pentágono está acelerando a adoção de modelos de linguagem e outras ferramentas de IA generativa pelas Forças Armadas, com vínculos profundos e extensos com empresas de tecnologia do Vale do Silício. Portanto, a essência da chamada “lista negra” do Pentágono é uma cláusula injusta que visa conter o desenvolvimento da China.
Na prática, a abordagem dos EUA de reprimir empresas chinesas dessa maneira é uma estratégia de perde-perde. Veja como exemplo as empresas listadas desta vez: a Tencent é proprietária total da Riot Games, desenvolvedora do popular jogo League of Legends, amplamente apreciado por jovens americanos, e também possui uma participação significativa na Epic Games, desenvolvedora de outro sucesso, Fortnite. A CATL é parceira da Ford e da Tesla, e a Ford planeja colaborar com a CATL para estabelecer uma fábrica de baterias de fosfato de ferro e lítio em Michigan. Seja em termos de investimento, comércio ou integração de cadeias de suprimentos, as economias altamente complementares de China e EUA exigem dependência mútua e coexistência, com grande potencial de colaboração no setor tecnológico. Esses vínculos não podem simplesmente ser “bloqueados” por um decreto do Pentágono.
No dia 7 de janeiro, He Lifeng, vice-primeiro-ministro da China e principal responsável pelas relações econômicas e comerciais sino-americanas, realizou uma videoconferência com Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA. Durante as conversas, a China expressou preocupações sobre as restrições econômicas e comerciais dos EUA em relação ao país, esclarecendo particularmente sua posição sobre as recentes investigações comerciais americanas. O direito do povo chinês ao desenvolvimento não deve ser negado, e a determinação firme do governo chinês de proteger os direitos e interesses legítimos de suas empresas nunca vacilará. Os EUA fizeram compromissos solenes de não buscar uma “nova guerra fria” ou conflito com a China. A China espera que os EUA alinhem suas ações às suas palavras e cumpram suas promessas.