“A janela aberta de oportunidades depende exclusivamente de nós”, escreve chanceler brasileiro sobre 50 anos de relações Brasil-China

No dia 15 de agosto de 2024, o Brasil e a China comemoram o cinquentenário do estabelecimento de suas relações diplomáticas. Em uma mensagem especial endereçada ao Diário do Povo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou o sucesso e a importância desta parceria ao longo das últimas cinco décadas.

Vieira recorda que, em 1974, o mundo era muito diferente, com a “Guerra Fria” dominando o cenário internacional e os países em um estágio de desenvolvimento distinto. Desde então, tanto o Brasil quanto a China evoluíram significativamente, ajustando suas estratégias para se adaptarem às novas dinâmicas globais.

A relação bilateral entre os dois países, escreve, tem sido marcada por “uma busca contínua de progressivo aprofundamento e diversificação”. As interações têm se expandido para várias áreas, incluindo comércio, investimentos, finanças, energia, meio ambiente, entre outros.

A cooperação em alta tecnologia tem sido um sucesso, através de iniciativas como o Acordo de Cooperação para Pesquisa e Produção de Satélites Sino-Brasileiros (CBERS), um “modelo de cooperação em alta tecnologia entre países do Sul Global que, até hoje, produz frutos em setor tecnológico estratégico para o desenvolvimento de nossos países”.

A partir da década de 1990, os contatos bilaterais se intensificaram, culminando na criação da Parceria Estratégica Sino-Brasileira em 1993 e, mais tarde, na elevação a Parceria Estratégica Global, em 2012.

Mais recentemente, a visita do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, em 2023, consolidou ainda mais a colaboração entre os dois países, especialmente em áreas como meio ambiente, segurança alimentar e tecnologia, indica.

Mauro Vieira salientou que, hoje em dia, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, cujas trocas comerciais superam a soma das exportações brasileiras para os Estados Unidos e a União Europeia.

A diversificação da pauta comercial e o incremento de investimentos chineses em setores estratégicos no Brasil são vistos como cruciais para o fortalecimento da parceria bilateral.

O ministro referiu o potencial de futuras colaborações em áreas como economia digital, energias renováveis e sustentabilidade, além da promoção de investimentos chineses no Brasil, que poderão continuar contribuindo para o crescimento econômico e inovação.

Nas celebrações desta efeméride, Vieira reafirmou a importância da Cooperação Sul-Sul e o compromisso dos dois países com um mundo mais justo e próspero, sublinhando que as oportunidades de fortalecer essa relação dependem do esforço contínuo e conjunto do Brasil e da China.

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