Nos últimos dias, foi realizada em Shanxian, cidade de Heze, a quarta edição da Mesa-Redonda Aérea China–Coreia, com transmissão simultânea na Coreia do Sul. O encontro teve como tema central “As origens culturais de Black Myth: Wukong”, promovendo uma profunda troca de ideias entre os participantes. O evento contou com a presença de estudantes da Universidade Nacional de Jeju, da Coreia do Sul, além de comentaristas e do diretor da Escola de Línguas Estrangeiras Muqing, de Shanxian, Niu Dong.
O debate mergulhou na riqueza cultural e simbólica presente em Black Myth: Wukong. A partir da obra clássica Jornada ao Oeste, de Wu Cheng’en (século XVI), os participantes revisitaram a evolução de Sun Wukong — o Rei Macaco rebelde que se torna o “Buda Vitorioso na Luta”. Segundo os debatedores, o sucesso do jogo representa mais do que uma conquista tecnológica: é “o renascimento do código cultural chinês no mundo digital, atravessando milênios de história”.
Durante o evento, foi explicado que o jogo não busca apenas recontar a jornada de peregrinação do clássico, mas sim explorar um enredo inédito ambientado após a iluminação de Wukong, apresentando-o ao renunciar ao status de Buda e enfrentar novamente os exércitos celestiais. O painel destacou ainda como a obra integra profundamente elementos tradicionais chineses, reinterpretando mitos e estéticas ancestrais por meio de tecnologias modernas.
Por meio de uma demonstração da primeira fase do jogo, Montanha do Vento Negro, o público pôde vivenciar de forma imersiva a transposição da cultura tradicional para o universo interativo. A apresentação musical do grupo de música tradicional chinesa da Escola Muqing, com uma versão reinterpretada de Yun Gong Xun Yin, trouxe uma atmosfera vibrante e emocionou os participantes.
Na sessão de perguntas e respostas, os estudantes coreanos mostraram grande entusiasmo, abordando temas que iam desde o design dos personagens e a tradução de símbolos culturais até o estilo artístico e as reflexões filosóficas do jogo. Ao responder por que o termo “Jin Gu Bang” (bastão mágico de Wukong) foi mantido sem tradução, Niu Dong explicou:
“Essa escolha reflete a preservação da identidade cultural chinesa. É uma forma de afirmar ao mundo que esse símbolo pertence à China — não é uma imitação, mas uma expressão autêntica da nossa herança.”
O encontro foi considerado um sucesso por ultrapassar barreiras geográficas e conectar jovens dos dois países em torno de uma experiência cultural comum. Segundo os organizadores, as próximas edições da Mesa-Redonda Aérea China–Coreia continuarão ampliando essa “ponte virtual”, fortalecendo o intercâmbio entre as juventudes chinesa e coreana em novos campos de cooperação.

(Correspondente Wang Xiaolan)