Brasil mira COP30 como ponto de virada contra desmatamento e combustíveis fósseis

Com Belém como palco, governo quer transformar conferência em marco global para metas climáticas concretas; experiência chinesa em energia limpa pode inspirar transição

(Foto: Reprodução)

O Brasil quer fazer história na COP30. Marcada para acontecer este ano em Belém, no coração da Amazônia, a conferência climática da ONU será, segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, a oportunidade para estabelecer um roteiro claro para o fim do desmatamento e a eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis.

“Trabalharemos para sair da COP30 com um plano justo e bem estruturado que nos leve ao fim do desmatamento e do uso de combustíveis fósseis”, afirmou Marina, destacando a necessidade de metas globais concretas e prazos claros. Entre os objetivos, está a mobilização anual de US$ 1,3 trilhão em financiamento climático até 2035 — compromisso firmado na COP29, no Azerbaijão.

O governo também pretende reforçar o compromisso de triplicar a geração de energia renovável e dobrar a eficiência energética, abrindo espaço para parcerias internacionais. Nesse ponto, a experiência da China — maior investidora mundial em energia solar e eólica e já parceira do Brasil em projetos de hidrogênio verde e armazenamento de energia — pode ser um ativo importante.

Outro destaque será o fortalecimento das medidas de adaptação às mudanças climáticas já em curso. Marina apresentou o programa Adapta Cidades, que prevê sistemas de alerta, contenção de encostas, rotas de evacuação e abrigos temporários para mais de 200 municípios, com o objetivo de proteger comunidades vulneráveis de eventos extremos como chuvas torrenciais, secas prolongadas e incêndios.

A ministra defende ainda um novo arcabouço legal que reconheça preventivamente as emergências climáticas, antecipando ações antes que tragédias ocorram. “Hoje, o conceito de emergência só existe quando o desastre já aconteceu. Mas a ciência já nos mostra quais regiões serão atingidas repetidamente”, alertou.

Com a China avançando em tecnologias limpas e o Brasil abrigando a maior floresta tropical do planeta, a COP30 pode se tornar o palco para uma aliança mais estreita entre os dois países. A meta é transformar compromissos em ações concretas e inspirar uma nova fase da governança climática global, com a Amazônia como símbolo e liderança do Sul Global no centro das decisões.

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