Guerra comercial dos EUA ‘prejudica seriamente o bem-estar de todo o mundo’, diz China, que aciona a ONU

Porta-voz chinês afirma que tarifas impostas por Trump ferem o multilateralismo e defende levar o debate ao Conselho de Segurança da ONU

(Foto: Reprodução)

A crescente tensão entre China e Estados Unidos, em meio à guerra comercial, foi levada ao centro do debate internacional com declarações contundentes do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian. Durante coletiva nesta quinta-feira (17), Lin afirmou que os EUA estão promovendo uma política de “intimidação” ao utilizarem tarifas como ferramenta de coerção econômica, em detrimento das regras multilaterais. As declarações foram divulgadas pelo Global Times.

“Recentemente, desconsiderando os resultados equilibrados alcançados por meio de negociações comerciais multilaterais, os EUA impuseram tarifas excessivas sob o pretexto da chamada reciprocidade e equidade, perturbando gravemente a ordem econômica global e o sistema de comércio multilateral, e prejudicando seriamente os interesses e o bem-estar das nações ao redor do mundo”, afirmou Lin Jian.

O diplomata destacou que esse comportamento por parte do governo dos Estados Unidos tem comprometido os esforços da comunidade internacional em direção à paz, ao desenvolvimento sustentável e ao fortalecimento das instituições multilaterais. “Tais atos unilaterais e de intimidação, típicos do jogo de poder, também criaram dificuldades e desafios sem precedentes para as Nações Unidas e para o multilateralismo”, disse.

China levará tema ao Conselho de Segurança – Como resposta à postura norte-americana, a China convocará, para quarta-feira (23), uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU. O objetivo do encontro é ampliar o debate sobre os efeitos negativos do unilateralismo e construir um consenso sobre a necessidade de fortalecer o papel das Nações Unidas. “Apoiamos a comunidade internacional a utilizar diversas plataformas, incluindo o Conselho de Segurança, para promover discussões, aprofundar a compreensão sobre os perigos do unilateralismo e da intimidação, reafirmar o compromisso com o multilateralismo e com os propósitos e princípios da Carta da ONU, e construir consensos sobre o fortalecimento do papel das Nações Unidas e a defesa dos direitos legítimos de desenvolvimento de todos os países”, declarou Lin Jian.

A reunião foi convocada com base em uma nota conceitual elaborada pelo governo chinês, que convida os 193 Estados-membros da ONU a participarem do debate sobre o tema “o impacto do unilateralismo e das práticas de intimidação nas relações internacionais”. O documento acusa diretamente os Estados Unidos de violarem regras internacionais ao recorrerem sistematicamente a tarifas como forma de pressão econômica.

“Ao utilizar as tarifas como uma ferramenta de pressão extrema, os EUA têm violado gravemente as regras do comércio internacional e provocado choques e turbulências graves na economia mundial e no sistema de comércio multilateral, lançando uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento”, diz a nota.

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