Furacão Milton, com potência devastadora, chega à costa da Flórida nesta quarta-feira (09/10)

Sean Rayford/Gerry Registro de tempestade na Baía de Sarasota, enquanto o furacão Ian se aproximava para o sul, em 28 de setembro de 2022, na Flórida; espera-se que o furacão Milton atinja Tampa nesta quarta-feira (09/10)

O Centro Nacional de Furacões dos EUA alertou que o furacão Milton pode ganhar mais força e aumentar de intensidade, representando “maior perigo” à medida que se aproxima da costa da Flórida. Depois de ter sido rebaixado à categoria 4, Milton volta a ser classificado à força máxima de 5.

O furacão Milton chega à costa norte-americana apenas duas semanas após o furacão Helene ter deixado um rastro de devastação de mais 230 mortos em seis diferentes estados, incluindo a Flórida.

Segundo informações do jornal The New York Times, mais de 5,5 milhões de pessoas foram instadas a deixar a costa oeste da Flórida, em uma das maiores retiradas da história do estado. A área da Baía de Tampa, que é densamente povoada, deve ser uma das regiões mais afetadas.

A prefeita de Tampa, Jane Castor, disse à rede norte-americana CNN que os que permanecerem nas áreas que estão sendo esvaziadas, irão morrer.

Espera-se que o furacão Milton atinja a região de Tampa entre a noite desta quarta (09/10) e a madrugada de quinta-feira (10/10).

Brasileiros na Flórida se preparam para receber o Furacão Milton

Tampa fica muito próxima à cidade de Orlando, onde está a maior população de brasileiros da Flórida, 66 mil, de acordo com o último censo.

O furacão Milton tocará solo em Tampa e já deve chegar a Orlando com menos força, por isso a cidade está fora do perímetro de evacuação obrigatória. Alguns moradores da área, como a brasileira Maria Oliveira Turin, 23 anos, e seu pai resolveram permanecer em casa.

‘A gente está já estocando água desde o furacão que teve semana passada. A gente não teve nem tempo para respirar’, diz ela referindo-se ao furacão Helene.

Ela conta que já preparou o estoque de água e alimentos não perecíveis, além de ter deixado todos os carregadores portáteis prontos para o caso de corte de energia.

Maria disse que já não havia gasolina nos postos de abastecimento, mas que o tráfego em Orlando seguia tranquilo.

“Acredito que mais pessoas perto de Tampa estão saindo. Aqui o trânsito está tranquilo ainda, por enquanto”.

A brasileira explica que, mesmo estando perto de Tampa Bay, Orlando é um lugar mais protegido da rota dos furacões.

“Aqui, como a gente está no meio, a gente fica meio que protegido, né, então, se vem muito forte de um lado, a costa da Flórida meio que quebra a força. Então a gente acaba pegando só os ventos e muita chuva”.

Mas, Maria não esconde que a expectativa para a chegada de Milton é um pouco diferente. “Estão falando que vai ser categoria 5 de vento aqui, então vai ser bem intenso também. A gente tem o Tropical Storm, que é quando ele fica bem o vento e chuva, mas nunca tão avassalador”, conclui.

Tempestades levam Biden a cancelar agenda internacional

Nesta terça-feira, o presidente americano Joe Biden deu atualizações sobre a passagem do Milton pela Flórida e classificou o furacão como o “mais devastador em cem anos” com um potencial de ventos de 290 quilômetros por hora. Um tema de vida ou morte, classificou o presidente.

O mandatário disse ainda que está em comunicação com os prefeitos da região e também com o governador Ron DeSantis, e com a Agência Federal de Emergência (FEMA) para planejar a estratégia mais eficaz para mitigar os danos da passagem do furacão.

Biden chegou a adiar as viagens para a Alemanha e a África que tinha na agenda para monitorar de perto os desdobramentos tanto da passagem do Helene quanto do iminente Milton.

Milton poderia inaugurar a categoria 6 de furacões

Os pesquisadores afirmam que tempestades extremas, como o Helene e Milton são consequências do aquecimento global e que estas novas condições poderiam criar a necessidade de adicionar outra categoria à utilizada atualmente.

Em um estudo publicado no início deste ano, pesquisadores sugeriram que furacões cada vez mais intensos, alimentados pelo aquecimento das águas oceânicas, poderiam justificar a criação de uma categoria 6, reservada para tempestades com ventos constantes acima dos 309 quilômetros por hora.

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