Na Rússia, Dilma se reúne com Putin e reforça compromisso com países do Sul Global

Durante fórum econômico em São Petersburgo, chefe do Banco dos Brics falou em construir economia multipolar

Dilma Rousseff se reúne com o presidente russo, Vladimir Putin, durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, em 6 de junho de 2024 - Vladimir Smirnov / TASS / Kremlin

A presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco dos Brics, e ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, se reuniu na última quinta-feira (6) com o presidente russo, Vladimir Putin, durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na Rússia.

No início da reunião, Putin destacou que estava feliz em manter o diálogo com Dilma Rousseff, com quem havia se encontrado em 2023 à margem da cúpula Rússia-África, e elogiou a liderança da ex-chefe de Estado brasileira à frente do Novo Banco de Desenvolvimento. 


“Devo destacar que durante este ano o Novo Banco de Desenvolvimento conseguiu fazer muito sob a sua liderança e registrou lucros significativos pela primeira vez. De fato, está se recuperando, trabalhando cada vez mais de forma organizada e bem-sucedida”, disse Putin. 

O presidente russo também disse que pretende discutir com Dilma o futuro desenvolvimento do banco e sua cooperação com a Rússia. “É claro que em todas as discussões que acontecem no Fórum Econômico Internacional, a sua opinião como chefe do banco e como ex-presidente do Brasil, uma política e chefe de uma grande instituição financeira, seria muito importante”, afirmou.

Vladimir Putin também pediu que Dilma transmitisse seus melhores votos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele e eu concordamos em fazer um telefonema nos próximos dias para discutir os laços bilaterais e estamos esperando por ele em Kazan neste outono, na cúpula do Brics”, disse o presidente russo.

Rousseff, por sua vez, agradeceu ao convite para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo e destacou o compromisso em construir uma economia multipolar. “Foi uma conversa sobre o cenário internacional e a reconstrução do novo multilateralismo e da ordem internacional que reflita o mundo multipolar em que vivemos”, disse. 

“Precisamos de uma economia multipolar com novos centros que possam ajudar a suportar choques e crises globais.”

-Dilma Rouseff, via X

Dilma ainda destacou que o NDB representa “um banco diferente das outras organizações financeiras multilaterais existentes”, como o Banco Mundial e o FMI (Fundo Monetário Internacional). Segundo a líder, o banco “foi criado pelos países do Sul Global para os países do Sul Global” e tem a característica de não impor condições para os membros da instituição.

“Também tratamos do que é o tema principal do Fórum de São Petersburgo de 2024: sem uma economia multipolar, a multipolaridade é impossível. Isso se reflete quanto ao papel e o uso das moedas nacionais. O compromisso do NDB tem sido fornecer suporte e recursos aos países membros em suas moedas nacionais, diminuindo riscos para que não sejam afetados pela volatilidade das taxas de câmbio”, completou.

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