“O presidente Luis Arce deve ter uma agenda com temas de lítio, precisamos gerar a industrialização. Certamente se tratará de um maior mercado para as exportações de nossos produtos, além do que já temos. Também o tema BRICS,” explicou.
Arce também participará do XXVII Fórum Econômico de São Petersburgo (SPIEF), informou a Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), após uma reunião com uma delegação da Rosatom.
A Bolívia e a Rússia estão desenvolvendo projetos conjuntos de cooperação, como a exploração de hidrocarbonetos nos campos de Ipati e Aquío, localizados nos departamentos de Chuquisaca (sudeste) e Santa Cruz (leste), pela empresa russa Gazprom.
No campo do lítio, o grupo russo Uranium One Group também assinou um acordo com o governo boliviano para a construção de uma planta piloto de extração de metal leve com a tecnologia de Extração Direta de Lítio (EDL), em salares no sul do país.
Além disso, na cidade de El Alto (oeste), a Rosatom instalou um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (CIDTN), a 4 mil metros de altitude, para tratamento de pacientes com câncer e fabricação de medicamentos.
A Bolívia possui uma das maiores reservas de lítio do mundo, especialmente na região de Salar de Uyuni.
Bolívia no BRICS
O governo boliviano tem insistido nos últimos anos em conseguir a sua incorporação ao BRICS, com avanços diplomáticos que lhe permitiram reforçar as relações com Rússia, Brasil, Índia e China, que juntamente com a África do Sul fundaram este bloco político-econômico em 2009.
O grupo reunido representa 35% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Em 2023, a vizinha Argentina foi convidada a aderir ao BRICS. Mas quando Javier Milei assumiu a presidência, rejeitou a aliança e optou por se incluir no eixo formado por Estados Unidos, Reino Unido e Israel.
O BRICS inclui uma população de 3,5 bilhões de pessoas, representando 40% dos habitantes do mundo. Além dos países fundadores, aderiram recentemente a Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Irã.
Além da Bolívia, Cuba, Venezuela, Argélia, Senegal, Turquia, Cazaquistão, Bahrein, Belarus, Mianmar, Tailândia e Bangladesh solicitaram entrada.
Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, serão feitos esforços para resolver estes pedidos nos próximos meses.