O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa nesta quarta-feira (14) a segunda viagem oficial à África do seu novo mandato. Desta vez, passará pelo Egito e Etiópia, países que tornaram-se membros do grupo do Brics a partir deste ano, com o apoio do Brasil.
A viagem de Lula começa pelo Egito. Ele estará lá quarta e quinta-feira (15) a convite do presidente egípcio Abdul Fatah al-Sisi. A visita marca os 100 anos de relações entre Brasil e Egito, comemorados em 2024.
O Brasil visa ampliar relações com o Egito, país que foi chave em negociações para a saída de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza em meio ao conflito na região. “O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, disse o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Duarte também ressaltou que o país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na África. “É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”.
A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Em 2023, o país africano abriu mercado para diversos produtos brasileiros, como peixes e derivados, carne de aves, algodão e gelatina e colágeno. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.
Cúpula Africana
Do Egito, Lula segue para a Etiópia, onde terá compromissos entre sexta-feira (16) e domingo. Na capital etíope, Adis Abeba, Lula vai participar como convidado da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, entidade que reúne as 55 nações do continente.
Para Duarte, o convite pode ser interpretado como um sinal de prestígio, já que na maior parte das vezes apenas os governantes africanos participam desse evento. “É um reconhecimento da prioridade que o presidente vem dando à África”, destacou.
Outro ponto importante é a convergência entre o Brasil e as nações africanas nas três prioridades que norteiam a Presidência brasileira no G20: o combate à desigualdade e à fome, a sustentabilidade e transição energética e, por fim, a reforma dos organismos internacionais para permitir maior participação dos países em desenvolvimento no sistema de decisões globais.