Em um cenário geopolítico marcado por sanções unilaterais do ocidente, a Rússia emerge como um exemplo de resiliência econômica, desafiando as expectativas e redefinindo padrões no comércio internacional. O Banco Central da Federação Russa (BCFR) anunciou uma mudança significativa na estrutura de receitas dos maiores exportadores russos, destacando o sucesso da desvalorização e a redução drástica da dependência de moedas “tóxicas” – dólar e euro.
Segundo dados do BCFR, a parcela de receitas em dólares e euros dos principais exportadores caiu de 96% no início de 2022 para apenas 17% em setembro de 2023. O yuan e o rublo assumiram a predominância nas transações, tornando as empresas menos suscetíveis a ameaças de sanções. O Banco Central destacou que quanto mais se abandona o uso de dolar e do euro, menos as sanções afetam a economia russa.
Além disso, o cenário econômico russo desafia as projeções pessimistas ocidentais. Contrariando as expectativas, o PIB russo está previsto para crescer 1,5% em 2024, superando a estimativa de expansão de 0,5% para os países da zona do euro, segundo informações do jornal britânico The Guardian*.
Vincent Mortier, chefe de investimentos da empresa de gestão de ativos Amundi, durante uma coletiva de imprensa em Paris, ressaltou que as sanções falharam em impactar as importações e exportações russas, destacando a incapacidade dos principais países desenvolvidos em sancionar de forma eficaz.
A ascensão econômica da Rússia é ainda mais notável considerando seu papel futuro na presidência do BRICS em 2024. Atualmente, a Rússia é a quinta maior economia do mundo, com um PIB PPC de 5,32 trilhões de dólares em 2022. Este cenário desafia as expectativas sobre os efeitos das sanções e reforça a resiliência do país em face de desafios econômicos globais.
*Com informações da Sputnik Brasil