Xi Jinping e o compromisso com a paz: a diplomacia chinesa em destaque na ONU e no mundo

Presente simbólico à ONU traduz visão do líder chinês sobre multilateralismo, segurança coletiva e reforma da governança global

(Foto: Reprodução / China2Brazil)

O vaso de bronze “Zun da Paz”, doado por Xi Jinping à ONU em 2015, continua em exibição de destaque na sede das Nações Unidas, em Nova York. Muito além de um gesto diplomático, a peça representa a convicção do presidente chinês de que a paz, o desenvolvimento e a cooperação internacional devem ser os fundamentos de uma nova ordem global. Em um cenário internacional marcado por conflitos e tensões crescentes, Xi tem se posicionado como defensor de uma diplomacia ativa e do multilateralismo inclusivo.

A agência estatal Xinhua publicou nesta semana uma análise aprofundada sobre o papel de Xi como formulador de uma política externa centrada na construção da paz. Entre os principais marcos estão a mediação entre Arábia Saudita e Irã, a proposta chinesa para uma resolução negociada da guerra na Ucrânia e a criação de grandes plataformas internacionais como a Iniciativa de Desenvolvimento Global, voltada ao Sul Global.

O pensamento de Xi sobre a paz encontra respaldo na tradição filosófica chinesa. Citando clássicos como “A Arte da Guerra”, ele afirma que o uso da força deve ser sempre o último recurso. Em seu discurso na ONU em Genebra, em 2017, reforçou: “A história também nos disse para preservar a paz com muito cuidado, pois a paz, assim como o ar e a luz do sol, dificilmente é percebida quando as pessoas estão se beneficiando dela, mas nenhum de nós pode viver sem”.

Desde 2014, Xi Jinping tem reiterado que a China não busca hegemonia nem expansionismo. Em visita à França, reinterpretou a metáfora de Napoleão sobre a China como “um leão adormecido”: “A China acordou. Mas é um leão pacífico, amigável e civilizado”.

Essa visão se reflete em iniciativas concretas. Xi propõe uma diplomacia baseada em consultas e consenso entre nações, combatendo o unilateralismo. Foi sob essa lógica que nasceu o grupo “Amigos da Paz” na ONU — do qual o Brasil faz parte — e que a China mediou a retomada das relações diplomáticas entre Irã e Arábia Saudita em 2023.

Em relação à crise na Ucrânia, a proposta chinesa inclui quatro pontos centrais: respeito à soberania dos Estados, adesão à Carta da ONU, consideração às preocupações de segurança de todos os lados e apoio a soluções diplomáticas.

Xi também vem promovendo uma nova arquitetura de segurança internacional baseada no conceito de “segurança indivisível”. Lançada em 2022, a Iniciativa de Segurança Global defende o diálogo no lugar do confronto e parcerias em vez de alianças excludentes. “A árvore da paz não cresce em uma terra estéril”, costuma dizer Xi, defendendo o desenvolvimento como base para a estabilidade duradoura.

Com esse princípio, a China impulsionou mais de 1.100 projetos em 160 países por meio da Iniciativa Cinturão e Rota e da Iniciativa de Desenvolvimento Global, mobilizando quase 20 bilhões de dólares em investimentos.

No campo da governança internacional, Xi tem atuado para ampliar a representatividade dos países do Sul Global. Durante visita ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) em Xangai, classificou a instituição como símbolo da busca por unidade e autossuficiência entre economias emergentes. Em 2023, liderou a ampliação do BRICS e, durante a cúpula do G20 em Bali, foi o primeiro a apoiar publicamente a entrada da União Africana como membro permanente do grupo.

Para o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, “a China está desempenhando um papel cada vez mais importante no cenário mundial, e Xi tem demonstrado uma liderança proativa e crucial”. Nas palavras do próprio líder chinês: “cada aumento da força da China é um aumento das perspectivas de paz mundial”.

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