O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira (14) que o governo americano está preparado para adotar sanções e considerar ações militares contra a Rússia caso o presidente Vladimir Putin não aceite um acordo de paz que assegure a independência de longo prazo da Ucrânia. A declaração foi dada em entrevista ao The Wall Street Journal e reforça uma postura mais agressiva da administração Trump em relação ao conflito.
Vance destacou que a possibilidade de enviar tropas americanas à Ucrânia ainda está em discussão. “Existem ferramentas econômicas de influência e, claro, ferramentas militares de influência que os EUA poderiam usar contra Putin”, afirmou. O vice-presidente também ressaltou que o governo de Donald Trump busca uma negociação direta tanto com Putin quanto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “Acredito que haverá um acordo que surpreenderá muitas pessoas”, declarou.
Além da questão ucraniana, Vance está programado para discursar na Conferência de Segurança de Munique, onde deve pressionar líderes europeus a aceitarem a ascensão de partidos populistas, endurecerem suas políticas de migração e restringirem avanços progressistas. Ele criticou duramente governos europeus que, segundo ele, impõem restrições à liberdade de expressão e à democracia ao se recusarem a colaborar com movimentos populistas.
“Trata-se realmente de censura e migração, sobre esse medo que o presidente Trump e eu temos, de que os líderes europeus estão um pouco aterrorizados com seu próprio povo”, afirmou o vice-presidente.
Tensões aumentam após contato entre Trump e Putin
O telefonema recente entre Donald Trump e Vladimir Putin elevou as preocupações entre aliados europeus, que temem ser excluídos de um possível acordo de paz que favoreça Moscou. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manteve um tom diplomático, mas alertou os líderes internacionais sobre os riscos de confiar nas promessas russas. “Não podemos simplesmente confiar nas alegações de Putin sobre disposição para encerrar a guerra”, disse o líder ucraniano.
Com o cenário de negociações ainda incerto, a comunidade internacional segue atenta às movimentações de Washington e Moscou e às suas potenciais repercussões para a segurança global e o equilíbrio geopolítico na Europa.