Trump acusa Zelensky de ser um “ditador” e afirma que EUA estão negociando fim da guerra com a Rússia

Presidente dos EUA disse que o homólogo ucraniano destruiu seu país

(Foto: Alex Kent / Getty Images file)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a fazer duras críticas ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta quarta-feira (19), acusando-o de ser um “ditador” e de não buscar a paz com Moscou. Trump também afirmou que sua equipe está negociando com sucesso o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, insinuando que apenas sua administração seria capaz de encerrar a guerra.

Trump endurece críticas a Zelensky e questiona estratégia da Ucrânia

Em uma publicação na rede social Truth Social, Trump escreveu:

“Um ditador sem eleições, Zelensky precisa agir rápido ou não terá mais um país. Enquanto isso, estamos negociando com sucesso o fim da guerra com a Rússia, algo que todos admitem que apenas ‘TRUMP’ e a Administração Trump podem fazer.”

O ex-presidente também culpou Zelensky pela destruição da Ucrânia e pelo grande número de mortes no conflito.

“Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky fez um trabalho terrível, seu país está destruído e MILHÕES morreram desnecessariamente.”

As declarações inflamadas ocorrem em meio a um cenário delicado para Kiev. A guerra, que já ultrapassa dois anos, enfrenta desafios tanto no campo de batalha quanto na obtenção de apoio internacional. A resistência das tropas ucranianas continua, mas há sinais de desgaste, principalmente devido à incerteza em relação ao suporte financeiro e militar dos aliados ocidentais.

Eleições e críticas à governança de Zelensky

A acusação de Trump sobre Zelensky ser um “ditador sem eleições” se refere ao fato de que, devido ao estado de guerra, a Ucrânia suspendeu as eleições presidenciais, que estavam programadas para ocorrer em 2024. A decisão foi baseada na Constituição ucraniana, que não permite a realização de eleições durante a lei marcial.

Zelensky, no entanto, já declarou que, no atual contexto, a realização de eleições seria inviável tanto do ponto de vista logístico quanto de segurança. Além disso, ressaltou que a prioridade do governo é garantir a defesa do país diante da ofensiva russa.

Mesmo assim, a falta de um processo eleitoral em meio ao conflito tem sido alvo de críticas, principalmente de setores conservadores nos EUA e na Europa.

Trump reforça posição sobre a guerra na Ucrânia

Desde o início da guerra, Donald Trump vem criticando a política externa do governo de Joe Biden, alegando que a Casa Branca deveria se concentrar mais em uma negociação diplomática para acabar com o conflito. Trump já afirmou diversas vezes que, caso fosse presidente, teria encerrado a guerra “em 24 horas”, um discurso que ecoa entre seus apoiadores.

Apesar disso, Trump tem se mostrado ambíguo sobre o futuro do apoio militar dos EUA à Ucrânia. Durante eventos de campanha, ele insinuou que não manteria a mesma linha de assistência de Biden, levantando preocupações entre os aliados ocidentais sobre o compromisso americano com a defesa ucraniana.

Reações à declaração de Trump

As declarações de Trump foram recebidas com fortes críticas tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos. Membros do Partido Democrata acusaram o ex-presidente de minar os esforços diplomáticos e de desconsiderar a gravidade da ameaça russa à Ucrânia e à estabilidade europeia.

Analistas políticos apontam que Trump está buscando reforçar seu discurso nacionalista e sua plataforma “América Primeiro” ao sugerir que os EUA deveriam reduzir seu envolvimento no conflito e priorizar seus próprios interesses. Essa abordagem já dividiu opiniões dentro do Partido Republicano, onde há setores que defendem a continuidade do apoio à Ucrânia.

Por outro lado, figuras alinhadas ao ex-presidente argumentam que o prolongamento do conflito tem um custo elevado para os EUA e que uma solução negociada com Moscou deveria ser a prioridade da política externa americana.

Cenário internacional e futuro das negociações

Enquanto isso, a situação na Ucrânia segue incerta. Com a ofensiva russa ainda em curso e o desgaste das tropas ucranianas, a busca por uma solução diplomática ganha cada vez mais espaço nos debates internacionais.

A União Europeia e os aliados da Otan têm reiterado que o apoio à Ucrânia deve continuar, mas reconhecem que o conflito se tornou uma guerra de desgaste, exigindo novas estratégias.

Com as eleições presidenciais dos EUA marcadas para novembro, a posição americana sobre o conflito pode mudar significativamente, dependendo do resultado. Se Trump for reeleito, suas promessas de negociação com a Rússia e sua postura crítica a Zelensky podem alterar os rumos da guerra e da relação entre Washington e Kiev.

Até lá, as declarações do ex-presidente seguem gerando polêmica e adicionando mais incertezas ao já conturbado cenário da guerra na Ucrânia.

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