Taiwan precisa se preparar para um confronto militar com a China, afirmou nesta quinta-feira (24) o ministro de Relações Exteriores da ilha, Joseph Wu.
“Como as pessoas responsáveis por tomar decisões em Taiwan, precisamos estar preparados, não podemos nos arriscar”, disse Wu. Para os taiwaneses, a China tem tentando intimidá-los —os chineses fazem exercícios militares perto de Taiwan com frequência, na última semana, 28 aviões de guerra sobrevoaram uma região próxima da ilha.
“Quando o governo chinês diz que eles não vão renunciar o uso da força e passa a conduzir exercícios militares perto de Taiwan, nós iremos acreditar que isso é real”, disse Wu. Ele deu a declaração em uma entrevista.
Declarações no passado
Em outras ocasiões, Wu já afirmou que, se Taiwan for atacada, iria lutar até o último dia.
O governo da China respondeu —o responsável pelas relações com Taiwan, Zhu Fenglian, disse que os chineses iriam tomar as medidas necessárias para puní-lo de acordo com a lei.
Na entrevista desta quinta-feira, Wu afirmou que se sente honrado ao ser alvo dos chineses: “O autoritarismo não pode tolerar a verdade, não estou preocupado se eles continuarem a dizer que querem me perseguir pelo resto da minha vida”.
China acusa os EUA
Na quarta-feira (24), a China acusou os Estados Unidos de serem os maiores “criadores de risco” de segurança da região depois que um navio de guerra norte-americano atravessou a rota marítima sensível que separa Taiwan da China.
“O trânsito do navio pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos EUA com um Indo-Pacífico livre e aberto.”
“O lado dos EUA está usando os mesmo truques de sempre intencionalmente e criando confusão e transtornando as coisas no Estreito de Taiwan”, disse.
Isto “demonstra plenamente que os Estados Unidos são os maiores criadores de risco para a segurança regional, e nos opomos resolutamente a isto”.
O mesmo navio cruzou o estreito um mês atrás, levando a China a acusar os EUA de ameaçarem a paz e a estabilidade.
A missão mais recente ocorre cerca de uma semana depois de Taiwan dizer que 28 aeronaves da Força Aérea chinesa entraram em sua zona de identificação de defesa aérea, a maior incursão já relatada.