A Rússia reafirmou sua posição intransigente sobre a integridade de seu território e descartou qualquer possibilidade de negociação envolvendo troca de terras com a Ucrânia. A declaração foi feita nesta quarta-feira (12) pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em resposta a uma entrevista do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao jornal britânico The Guardian. Na ocasião, Zelensky mencionou a hipótese de que um acordo territorial poderia fazer parte das negociações de paz.
Peskov foi categórico ao negar essa possibilidade, afirmando que a Rússia jamais discutiu ou discutirá o tema. “É impossível. A Rússia nunca considerou essa questão e não há chances de que venha a fazê-lo”, declarou o porta-voz. Ele ainda reiterou que as forças russas pretendem expulsar todas as unidades ucranianas dos territórios atualmente em disputa. “Todos aqueles que não forem destruídos serão expulsos”, acrescentou.
A negativa de Moscou foi reforçada por Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país. Em uma publicação no Telegram, Medvedev chamou de “absurda” qualquer especulação sobre uma troca de territórios entre as duas nações. “Paz através da força, você diz? Às vezes, esse conceito realmente funciona. Mas mesmo assim, não é suficiente para limpar as mentes daqueles que insistem em falar bobagens sobre troca territorial”, afirmou.
Contexto da tensão territorial
As declarações refletem a rigidez da posição russa em relação aos territórios ocupados desde a anexação da Crimeia, em 2014, e mais recentemente na guerra iniciada em 2022. A Rússia considera algumas áreas no leste e sul da Ucrânia como parte de seu território, após referendos questionáveis realizados sob ocupação militar. A Ucrânia, por sua vez, rejeita qualquer negociação que envolva a perda de seu território e exige a restauração total de suas fronteiras.
A hipótese levantada por Zelensky sobre um possível acordo territorial pode ser interpretada como uma tentativa de abrir novas frentes para negociações de paz, que seguem estagnadas há meses. No entanto, as reações do Kremlin mostram que Moscou não está disposta a ceder em suas exigências e tampouco considera qualquer concessão territorial.
Com as posições inflexíveis de ambos os lados, as perspectivas de um acordo pacífico continuam distantes, enquanto o conflito segue se arrastando com impactos devastadores para ambas as nações.
