No momento em que o Senado dos Estados Unidos começou a discutir a aprovação de um pacote com mais U$ 61 bilhões de ajuda militar à Ucrânia, que já passou na Câmara, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, reuniu-se com lideranças militares do país para traçar planos do que seria uma guerra com a OTAN.
Shoigu fez referência ao pacote que deverá ser aprovado esta semana, afirmando que o dinheiro de Washington vai turbinar a indústria armamentista dos Estados Unidos.
No balanço do conflito na Ucrânia, ele disse que os russos conquistaram três vilarejos nas últimas horas, Pervomaisk, Bogdanovka e Novomykhailivka.
Há fortes indícios de que as debilitadas defesas da Ucrânia na província de Lugansk, sob permanente ataque, estão cedendo.https://d-40509735792866121929.ampproject.net/2404091947000/frame.html
Shoigu disse aos comandados que Washington estava interferindo para evitar “o colapso”.
UMA GUERRA DA OTAN
Ele afirmou que as ações militares da Ucrânia são guiadas pela OTAN, a partir da base aérea que os Estados Unidos mantém na Alemanha.
Também afirmou que operações da aliança ocidental, envolvendo 90 mil homens, estão acontecendo em vários lugares, inclusive na nova “fronteira” da Suécia — recém admitida à OTAN — e até mesmo no Ártico.
De acordo com Shoigu, isso requer a reorganização do Exército russo nas regiões de Moscou e São Petersburgo.
Ele também disse que a produção de alguns itens essenciais para as forças russas dobrará em 2024.
Referiu-se a uma versão renovada do sistema Prometeu, destinado a atacar mísseis e aviões inimigos.
Pilotos ucranianos foram treinados para voar caças F-16 fornecidos por vários países, dentre os quais a Dinamarca e a Holanda.
A expectativa é de que os caças comecem a operar em junho, numa tentativa de enfrentar a superioridade aérea dos russos.
1 MILHÃO DE MORTOS?
Pelos números divulgados pelos dois lados, mais de 1 milhão de soldados russos e ucranianos já morreram em pouco mais de dois anos de conflito.
A expectativa é de que os combates vão recrudescer quando a Ucrânia começar a usar sistemas mais modernos de defesa e ataque financiados pelo pacote de ajuda de Washington.
Dentre eles, mísseis de longo alcance capazes de detonar a ponte que liga a Crimeia a território russo, um xodó de Vladimir Putin que simboliza a adesão do território à Rússia.
Shoigu disse que os russos já demonstraram na Ucrânia que podem derrotar a capacidade tecnológica ocidental. Ao abrir o encontro, parecia mais preocupado em mandar a mensagem de que Moscou está preparada para guerra total.
