A cooperação na área espacial é fundamental para o futuro da América Latina e a China é um parceiro importante, disse nesta quarta-feira o Dr. Marco Antônio Chamon, presidente da Agência Espacial Brasileira.
Chamon teceu esse comentário ao participar do Fórum de Cooperação Espacial entre a China e os Países da América Latina e o Caribe, aberto nesta quarta-feira em Wuhan, Província de Hubei, centro da China.
Na opinião de Chamon, os avanços da China nos últimos anos são impressionantes, chamando atenção principalmente às conquistas na exploração do espaço exterior. Para o Brasil, Chamon destacou dois pontos importantes: a evolução da capacidade de lançamento, com lançadores maiores e mais potentes; e os avanços na área de observação da Terra, particularmente por radar.
A China e o Brasil têm uma história de mais de 30 anos de cooperação espacial. Chamon disse que, além do programa CBERS de satélites de recursos terrestres, talvez a parte mais visível da cooperação Brasil-China, vale a pena lembrar dois outros projetos na área de ciências bastante importantes. O laboratório conjunto de estudos sobre clima espacial, que se dedica a estudos da ionosfera e seus efeitos em sistemas terrestres (como sistemas de geoposicionamento, sistemas de comunicação e sistemas de transmissão de energia elétrica); e o telescópio BINGO para estudos de cosmologia.
Ao falar sobre quão importante é a cooperação espacial entre a China e a América Latina, Chamon manifestou que a América Latina, assim como todas as regiões do mundo, depende hoje e dependerá ainda mais no futuro de informações obtidas a partir do espaço. Mais do que áreas de conhecimento ou de aplicações, como ciências, telecomunicações ou defesa, o espaço terá contribuição significativa para desafios globais como mudanças climáticas ou poluição plástica no mar. Esses desafios são interdisciplinares, envolvendo várias áreas de conhecimento e afetando diferentes aspectos da sociedade e nenhum país isoladamente poderá resolver tais desafios sozinho. Assim, a cooperação na área espacial é fundamental para o futuro da América Latina e a China é um parceiro importante.
Chamon mostrou a confiança no futuro da cooperação espacial entre a China e o Brasil. “Estamos trabalhando juntos em um satélite de imageamento utilizando tecnologia radar que, para nós, é muito importante como informação complementar aos satélites ópticos que já temos em nossa parceria. A relação com a China é uma relação de longo prazo, frutífera e bem-sucedida, e acredito que ainda avançaremos muito na direção de outros satélites e outras tecnologias.”