O Fórum Econômico Brasil-China (Shenzhen) começou nesta quarta-feira

(Foto: divulgação)

O Fórum Econômico Brasil-China (Shenzhen) foi inaugurado na manhã dessa quarta-feira, 10 de janeiro, em Shenzhen, na China, com a presença de representantes de empresas e instituições governamentais do Brasil e da China. O evento foi organizado pelo jornal brasileiro “Valor Econômico” e pela organização de líderes empresariais brasileiros (LIDE), visando ampliar as oportunidades de intercâmbio comercial e de investimentos no 50º aniversário das relações diplomáticas entre os dois países.

João Doria, co-presidente da LIDE, enfatizou a importância do fórum, que abordará temas como agronegócios, tecnologia inovadora, energia renovável e indústria automobilística. Ele destacou que as relações Brasil-China estão em seu melhor momento, com o Brasil liderando a produção de soja, milho, carne e celulose, enquanto a China avança significativamente em tecnologia e energia, evidenciando a forte complementaridade econômica entre os dois países.

Frederico Cachar, CEO do Grupo Globo, ressaltou o grande potencial de cooperação econômica sino-brasileira, com a China sendo não só o maior parceiro comercial do Brasil, mas também o oitavo maior investidor no país.

O plano de reindustrialização do Brasil, a grande demanda por infraestrutura e um ambiente de investimento de baixo risco tornam o Brasil um ponto focal para investidores chineses. No fórum, empresas que já ganharam licitações de construção no Brasil ou que planejam investir compartilharam suas experiências, enfatizando a necessidade de fortalecer a troca de informações para aprofundar as relações comerciais e de investimento entre os dois países.

A China Railway Construction Corporation (CRCC) participou do fórum e continuará a construção da ponte Salvador-Itaparica, interrompida durante a pandemia. A China Railway Engineering Corporation (CREC) mostrou interesse em participar de projetos de infraestrutura no Brasil, planejando participar do programa de aceleração do crescimento econômico do governo brasileiro e estabelecer parcerias com instituições de ensino superior brasileiras.

João Andrade, engenheiro português da empresa de consultoria Future, observou que, apesar do Brasil ser líder na produção agrícola, o país ainda precisa melhorar em termos de logística e eficiência de transporte, criando oportunidades significativas de investimento no setor de logística para exportação de produtos agrícolas brasileiros.

Katia Abreu, ex-ministra da Agricultura, mencionou que a Ferrogrão, uma ferrovia planejada para transportar grãos do interior do Brasil para os principais portos, será um importante corredor de exportação de produtos agrícolas para Europa e Ásia. Li Jian, vice-diretor do Departamento de Comércio da cidade de Tianjin, também destacou a importância dos investimentos em transporte e logística na cooperação econômica sino-brasileira.

Por outro lado, a BYD prevê que o número de empregos na primeira fase de sua fábrica na Bahia aumentará de 5.000 para 10.000. Marcelo Schneider, diretor da BYD Brasil, anunciou que a fábrica deve iniciar a produção entre o final de 2024 e o início de 2025, visando acelerar o plano de produção de veículos. A BYD também iniciará a reforma da fábrica de Camaçari, anteriormente da Ford, na Bahia, em fevereiro.

Além de produzir veículos elétricos e ônibus elétricos, a BYD também fabrica baterias para veículos elétricos, painéis de energia solar fotovoltaica e trens monotrilho. Desde 2012, a empresa possui uma fábrica de ônibus em São Paulo e é uma das participantes da iniciativa da prefeitura de São Paulo para introduzir ônibus elétricos no sistema de transporte público da cidade.

Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) estão preparando um fundo para projetos de pesquisa e desenvolvimento na mineração focado em recursos minerais estratégicos. Após quase um ano de negociações, espera-se que o fundo seja lançado no primeiro trimestre deste ano.

Raul Jungmann, presidente da Ibram, disse que o fundo se concentrará em projetos iniciais. O Brasil tem uma posição estratégica na satisfação das necessidades de minerais-chave para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas e na transição energética, sendo crucial atrair investimentos para impulsionar a produção de mineração.

A Vale será uma das principais apoiadoras do fundo, contribuindo com 50 milhões de reais, e o tamanho total do fundo pode chegar a 2 bilhões de reais, com parte do financiamento vindo do BNDES.

*Com informações de IEST

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