247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez fortes críticas a Benjamin Netanyahu, qualificando o primeiro-ministro de Israel como um líder de “extrema direita”, em entrevista à emissora do Catar Al Jazeera.
“Ao Netanyahu não digo nada. Ele é efetivamente um líder extremista, de extrema direita, sem sensibilidade com os problemas humanos dos palestinos. Ele pensa que os palestinos não significam nada. Ele precisa aprender que os palestinos precisam ser respeitados, suas terras demarcadas”, disse Lula na entrevista.
Em relação ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Lula cobrou do democrata que exija veementemente de Israel o fim dos ataques na Faixa de Gaza: “Não consigo entender como o Biden, o presidente do país mais importante do mundo, não cobrasse de Israel o fim da guerra. Eles influenciam muito Israel e poderiam ter parado a guerra”.
Em outro momento da entrevista, Lula afirmou que está em curso em Gaza não uma guerra convencional, e sim um “genocídio”. Ele também exigiu seriedade por parte das grandes potências mundiais para solucionar o conflito de vez, com a criação de um Estado palestino independente.
“Está faltando sanidade e autoridade da parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança. Ninguém respeita mais o Conselho. Os membros decidem ir para guerra sem consultar ninguém, e os países podem vetar. Falta governança no mundo. Precisamos de um órgão que possa tomar decisões. Essa guerra é reflexo da insanidade, um grupo comete um ato terrorista e o Estado que faz algo ainda mais sério que o ato terrorista, há mais de 16 mil mortos, 6.500 crianças, 35.000 feridos. Hospitais destruídos. Se a ONU tivesse força, teríamos a solução de dois Estados. Mas desde 1947 não há paz”, disse Lula.
Lula ainda afirmou que a resposta de Israel ao ataque “terrorista” de 7 de outubro do Hamas foi ainda mais séria: “Eu critico o Hamas e sei que Israel tem o direito de se defender, mas isso não significa matar mulheres, crianças e inocentes. Não jogue bombas quando você não sabe quem está lá”.
“A guerra não leva a nada, só gera mais ódio. Precisamos sentar com Israel e os palestinos para cobrar a implementação da resolução de 1947”, disse Lula.