“Não podemos aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer”, diz Lula

"O PIB vai crescer porque nós vamos fazer crescer, porque nós vamos gerar emprego", afirmou o presidente em reunião com ministros para a retomada de obras de infraestrutura

O presidente Lula (PT) realiza nesta manhã no Palácio do Planalto uma reunião com ministros ligados à área de infraestrutura, dentre eles o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a retomada de obras no país.

“Essa reunião é quase que o começo de verdade do nosso mandato”, introduziu Lula, destacando que o objetivo é colocar de pé um novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Quando cheguei aqui pela primeira vez, em 2003, um dos problemas que nós sentíamos é que não tinha projeto. Você não tinha no país uma prateleira de projetos. Então o PAC foi uma coisa extraordinária porque não foi só feito pelo governo federal. O sucesso do PAC é porque a gente começou ouvindo os governadores de cada estado, depois a gente ouviu milhares de prefeitos e depois construímos um arcabouço de propostas de políticas de infraestrutura que foi fácil executar. Foi o momento mais risco de investimentos em infraestrutura do nosso país, foi a execução do PAC, porque envolvia o governo federal, o estadual e os municipais”.

O presidente disse que o Brasil tem atualmente cerca de 14 mil obras paralisadas e que o objetivo é mapeá-las para concluí-las. “Eu vou fazer uma viagem para a China e quando eu voltar eu quero voltar a viajar o Brasil, quero inaugurar casa, inaugurar escola, creche, estrada, universidade, escola técnica. Nós temos que colocar esse país em funcionamento. A gente não pode ficar chorando o dinheiro que falta. Temos que utilizar bem o dinheiro que a gente tem. E é por isso que o Haddad é ministro da Fazenda, porque ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, a gente vai atrás dele e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone [Tebet] vão sentar e vão arrumar o dinheiro que precisamos para fazer investimentos nesse país”, brincou Lula.

Na sequência, o presidente disparou contra as perspectivas de que o Brasil registrará crescimento ínfimo em 2023. O objetivo, segundo ele, é retomar a geração de emprego e renda a partir das obras com o PAC repaginado. “A gente não pode aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer porque alguém disse que não vai crescer. Nós vamos dizer que o PIB vai crescer porque nós vamos fazer crescer, porque nós vamos gerar emprego. E vamos gerar emprego com as pequenas coisas. Eu quero saber o papel dos bancos públicos para alavancar o investimento nesse país, para pequenos e médios empreendedores, para cooperativas, para grandes empresários, para os estados que estão com incapacidade de endividamento, para as prefeituras sem capacidade de endividamento. Por que não emprestar dinheiro para essa gente? Não pode ser proibido emprestar dinheiro para você construir um ativo que vai aumentar o patrimônio desse país, que vai melhorar a qualidade de vida do povo. Não dá para a gente ficar achando que o gostoso nesse país é guardar dinheiro. Dinheiro bom é dinheiro transformado em obras, em melhoria da qualidade de vida do povo, em saúde, educação, sobretudo em emprego, que é o que dá dignidade ao povo brasileiro”.