Mudan em Foco – Do Rio de Janeiro a Heze: Edson Santos Explora as Conexões Culturais entre Brasil e China

Edson Santos, atual vereador e ex-ministro no governo Lula, discute suas viagens à China, traçando paralelos entre as culturas brasileira e chinesa, abordando gastronomia, flores e parcerias entre cidades-irmãs.

Edson Santos, vereador do Município do Rio de Janeiro, mostrando os presentes enviados pelo distrito de Mudan. (Foto: Agência Brasil China)

Em entrevista concedida à Agência Brasil China, o vereador Edson Santos partilhou suas valiosas percepções sobre a intersecção das culturas brasileira e chinesa. Ativo na vida política há 3 décadas, já viajou para a China 3 vezes, tendo a oportunidade de conhecer parte do país e suas riquezas culturais.

Gastronomia como espelho cultural

O local escolhido não poderia ser outro, senão um restaurante chinês tradicional no Rio de Janeiro, onde uma conversa calorosa e descontraída se desenrolou. Em meio à refeição, Edson Santos destaca a diversidade e complexidade da gastronomia chinesa, observando que cada prato carrega sua própria história e tradição. Ele também menciona como pratos chineses como “yakissoba” e “rolinho primavera” foram adaptados e incorporados à culinária brasileira, criando combinações de sabores únicas.

A linguagem das flores
Além da comida, a entrevista se aprofunda na simbologia das flores nos dois países. Edson ressalta que, assim como a peônia tem um grande significado cultural em Mudan, na China, a “flor de maio” (Cattleya labiata), é um ícone da flora brasileira associado à beleza e elegância.

Parcerias cidade-irmã

O ponto alto da conversa foi a discussão sobre cidades-irmãs, uma área na qual Edson Santos tem experiência significativa, tendo sido coautor da lei de cidade-irmã entre o Rio de Janeiro e Beijing. Ele identificou oportunidades para parcerias culturais e comerciais entre cidades brasileiras, como Nova Friburgo e Petrópolis, e a cidade chinesa de Heze, famosa por suas peônias e artesanatos.

Preservação de patrimônios culturais

Edson Santos assina o cartão postal de peônias, após uma refeição repleta de conversas. (Foto: Agência Brasil China)

Santos também ressalta a importância de preservar patrimônios culturais imateriais, mencionando cidades brasileiras como Ouro Preto e Paraty, que têm tradições ricas em música, dança e arte sacra, e trabalham para preservá-las.

Criando pontes entre comunidades

A entrevista com Edson Santos oferece uma visão fascinante das possibilidades e da riqueza que emergem quando duas culturas tão diversas quanto a brasileira e a chinesa se cruzam. Através de suas viagens, ele ressalta o valor da diversidade cultural e a importância de criar pontes entre diferentes comunidades.

Mensagem de Edson Santos para os amigos de Heze.

Mudan e Heze no Brasil

Situado na cidade de Heze, na província de Shandong, o distrito de Mudan é aclamado como o “Berço das Peônias”. Heze, conhecida como a “Capital das Peônias” da China, tem em Mudan seu principal expoente no cultivo e celebração dessas flores. A peônia, símbolo da cultura chinesa, atrai visitantes de todos os cantos. Além disso, Heze desempenha um papel crucial na economia e cultura da região, sendo um importante centro de comércio e intercâmbio cultural. A rica diversidade cultural de Heze, combinada à beleza das peônias em Mudan, solidifica a posição da cidade como uma joia inestimável de Shandong e da China como um todo.

A série de entrevistas “Mudan em Foco” foi desenvolvida com o intuito de reforçar intercâmbios culturais, dada a rica diversidade de ambas as nações. Com o turismo brasileiro em ascensão e os laços diplomáticos entre Brasil e China se estreitando, mostrar e discutir uma região com características tão peculiares e ligada à tradição chinesa permite estabelecer uma ponte cultural e econômica, ampliando o conhecimento de todas as partes.

Leia a entrevista na íntegra:

Agência Brasil China: Olá, Edson. Primeiramente, gostaria de saber se você já teve a oportunidade de viajar para a China, ou para a cidade de Heze, especificamente. Se sim, poderia compartilhar algumas de suas experiências culturais durante essas viagens?

Edson Santos: Olá! Sim, tive a oportunidade de visitar a China em três ocasiões, mas infelizmente nunca tive a chance de conhecer Heze. Minhas viagens me levaram a outras partes do país, onde pude explorar a rica cultura chinesa, experimentar sua gastronomia diversificada e aprender muito sobre suas tradições.

Agência Brasil China: Por falar em gastronomia, gostaria de ouvir sua opinião sobre a gastronomia chinesa. O que mais lhe chamou a atenção em relação à comida chinesa e como ela se relaciona com a cultura?

Edson Santos: A gastronomia chinesa é fascinante. Durante minhas viagens, pude experimentar vários pratos deliciosos. O que mais me impressionou foi a maneira como a comida chinesa reflete a rica história e diversidade cultural do país. Cada prato tem sua própria história e tradição, e as refeições são uma oportunidade para compartilhar momentos especiais com amigos e familiares.

Agência Brasil China: Você já experimentou pratos brasileiros que incorporam ingredientes ou técnicas de preparação semelhantes aos da culinária chinesa? Pode compartilhar suas experiências?

Edson Santos: Sim, existe uma influência chinesa na culinária brasileira, especialmente em pratos como o “yakissoba” e o “rolinho primavera”. É interessante ver como diferentes culturas podem influenciar a comida e criar combinações de sabores únicas. No Brasil, adaptamos esses pratos ao nosso gosto e criamos variações deliciosas.

Agência Brasil China: Mudan é famosa por suas peônias, que têm grande significado cultural. Existe alguma flor ou planta brasileira que também tenha um forte valor simbólico na cultura do Brasil? Poderia compartilhar algumas informações sobre isso?

Edson Santos: No Brasil, temos uma riqueza de flora e fauna. Uma das flores mais icônicas é a “flor de maio” (Cattleya labiata). Ela é considerada a rainha das orquídeas brasileiras e tem um significado especial, muitas vezes associado à beleza e à elegância.

Agência Brasil China: Creio que o senhor já deve estar familiarizado com o conceito de cidades-irmãs, considerando que você foi coautor de uma lei de cidade-irmã em 1995 entre o Rio de Janeiro e Beijing. Tendo em mente a importância histórica, cultural e a produção de flores, você vê alguma oportunidade para estabelecer parcerias comerciais ou culturais entre cidades no Brasil e Heze?

Edson Santos: “Senhor” já tá no céu (risos). Com certeza, o conceito de cidades-irmãs é algo que conheço bem e estou sempre procurando novas parcerias para o nosso Rio de Janeiro. Levando em consideração a importância histórica e cultural, bem como a produção de flores, acredito que há oportunidades valiosas para estabelecer parcerias entre cidades no Brasil e Heze.

De cabeça consigo pensar em duas cidades brasileiras que poderiam ser excelentes candidatas são Nova Friburgo e Petrópolis, as duas na Região Serrana do Rio de Janeiro. Ambas têm uma rica história cultural e são conhecidas pela produção de flores e plantas ornamentais. Essas parcerias poderiam promover o intercâmbio de conhecimento na produção de flores e o fortalecimento dos laços culturais entre nossos países.

Agência Brasil China: Além da produção de flores e peônias, Mudan também valoriza a transmissão de práticas de artesanato e pintura, sendo várias delas consideradas patrimônio cultural imaterial. Você conhece alguma cidade no Brasil que compartilhe esse mesmo compromisso com a preservação de patrimônios culturais imateriais?

Edson Santos: Sim, no Brasil, temos diversas cidades que também valorizam a preservação de patrimônios culturais. Por exemplo, Ouro Preto, em Minas Gerais, é conhecida por sua rica herança cultural, incluindo a música, a dança e a arte sacra. A cidade de Paraty, aqui no Rio de Janeiro, também é famosa por suas tradições culturais e festivais de música e literatura.

Agência Brasil China: Como a experiência de conhecer a China influenciou ou pode influenciar suas perspectivas sobre a cultura e os recursos naturais do Brasil?

Edson Santos: Minha experiência de viajar pela China ampliou meu entendimento sobre a diversidade cultural e a importância da preservação dos recursos naturais. Embora eu não tenha visitado Heze, a China como um todo me ensinou a valorizar ainda mais nossa rica cultura brasileira e a importância de cuidar de nossos recursos naturais. Isso reforçou meu compromisso com a promoção da igualdade racial e a defesa dos direitos das comunidades brasileiras, reconhecendo que nossa cultura e recursos são preciosos.