Mercado eleva projeção para inflação em 2025

Estimativa para a inflação deste ano passou de 5,65% para 5,68% e a projeção do PIB ficou estável em 2,01%

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

As projeções dos analistas para a inflação em 2025 voltaram a subir, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (10) no Relatório Focus do Banco Central. A projeção para este ano passou de 5,65% para 5,68%, refletindo um cenário de persistência inflacionária e preocupações com os impactos da política monetária e fiscal sobre os preços.

O dólar também manteve sua tendência de valorização, com a projeção para 2025 fixada em R$ 5,99. Esse valor reflete a percepção de incertezas externas, como a política monetária dos Estados Unidos e as tensões geopolíticas, além do próprio cenário fiscal e político doméstico. A valorização da moeda norte-americana pode ter impactos diretos na inflação, uma vez que eleva o custo de importação de insumos e produtos.

Já a taxa básica de juros (Selic) segue sem alterações na mediana das previsões, permanecendo em 15% ao ano. Este patamar elevado indica que o Banco Central deve manter sua política monetária restritiva para conter as pressões inflacionárias e ancorar as expectativas do mercado. No entanto, o alto custo do crédito pode impactar o consumo e o crescimento econômico.

Por outro lado, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) ficou estável em 2,01%, indicando que, apesar do cenário de juros elevados, a economia deve continuar crescendo em um ritmo moderado. A expansão econômica pode ser impulsionada pelo setor de serviços e investimentos em infraestrutura, mas também enfrenta desafios como a desaceleração global e o impacto do crédito mais caro sobre o consumo das famílias e os investimentos empresariais.

Fatores que influenciam as projeções econômicas

Entre os principais fatores que podem afetar essas projeções nos próximos meses, destacam-se:

  • Cenário fiscal brasileiro: A trajetória da dívida pública e as políticas do governo para controlar os gastos podem afetar a confiança dos investidores e, consequentemente, o câmbio e os juros.
  • Decisões do Federal Reserve (Fed): Se o banco central dos Estados Unidos mantiver juros elevados por mais tempo, isso pode pressionar o real e dificultar uma queda mais acelerada da Selic no Brasil.
  • Inflação global e preços das commodities: O comportamento do petróleo, alimentos e outros insumos básicos no mercado internacional pode impactar a inflação brasileira.
  • Política monetária do Banco Central: A decisão sobre quando começar a reduzir os juros será fundamental para definir o ritmo da atividade econômica nos próximos trimestres.

O mercado segue atento aos próximos dados de inflação e crescimento para ajustar suas projeções. O Banco Central, por sua vez, continuará monitorando o cenário macroeconômico e poderá rever suas políticas de acordo com os desdobramentos da economia global e doméstica.

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