Lula reage a tarifa dos EUA e diz que Brasil buscará mais comércio com China, Índia e Rússia

Presidente defende diversificação de mercados e linha de crédito de R$ 30 bilhões para proteger empresas afetadas pelo tarifaço de Trump

(Foto: Reprodução / Canal GOV)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (14), que o Brasil não ficará “chorando” pela perda de espaço no mercado norte-americano após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump. Segundo ele, o país vai reforçar a busca por novos compradores, com destaque para parceiros estratégicos como China, Índia e Rússia.

“Se os EUA não quiserem comprar, não tem importância. Não vou ficar rastejando. Vamos procurar outros países para vender o que vendíamos para eles e seguir em frente”, disse Lula durante a inauguração da nova fábrica de hemoderivados da Hemobrás, em Goiana (PE).

A declaração veio um dia após o anúncio do plano de contingência para minimizar os impactos do tarifaço. A proposta prevê liberar R$ 30 bilhões em crédito para cerca de 10 mil empresas atingidas, por meio de três eixos: financiamento, compras públicas e revisão tributária. O pacote ainda será avaliado pelo Congresso Nacional.

A medida é parte de uma estratégia de diversificação que Lula tem defendido em diferentes frentes, buscando reduzir a dependência de mercados tradicionais e fortalecer laços com economias emergentes. A China, já maior parceiro comercial do Brasil, aparece como prioridade nesse reposicionamento, ao lado de Índia e Rússia, países que, junto com o Brasil, integram o Brics.

O endurecimento da política comercial de Washington foi justificado por Trump com críticas à situação dos direitos humanos no Brasil e ao Supremo Tribunal Federal, citando decisões do ministro Alexandre de Moraes sobre restrição de perfis em redes sociais e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-mandatário norte-americano classificou o caso como “caça às bruxas” e incluiu o episódio entre os motivos para aplicar a tarifa.

Para o governo brasileiro, no entanto, a resposta não será de retração, mas de expansão. A meta é intensificar o diálogo com mercados já consolidados, como o chinês — que lidera as compras de commodities brasileiras —, e abrir novas frentes comerciais, aproveitando o momento para aprofundar a cooperação com países do Sul Global.

Com o tarifaço funcionando como um catalisador para a busca de alternativas, a aposta de Lula é transformar um revés comercial em oportunidade de diversificação e fortalecimento das relações internacionais, colocando a China e outros parceiros estratégicos no centro dessa nova fase.

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