O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou em coletiva de encerramento da Cúpula da Amazônia nesta quarta-feira (09/08), as “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental” e exaltou a importância do evento realizado em Belém, no Pará, com a participação de movimentos sociais e dos presidentes de países amazônicos.
Segundo Lula, com esse encontro dos países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), “a Amazônia fala ao mundo, e dá uma resposta sobre o que precisamos”.
“Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia que precisa de dinheiro, não é a Venezuela. É a natureza, que o desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, que está precisando de dinheiro e financiamento”, apelou o mandatário.
Lula destacou como os líderes amazônicos buscaram, nos dois dias de cúpula, desde terça-feira (08/08), uma solução conjunta em fóruns internacionais para o bioma, nos quais reivindicou também “maior representatividade” dessas nações.
Nesta linha, o brasileiro exigiu que “os compromissos climáticos dos países desenvolvidos sejam cumpridos”.
“Promover e valorizar a floresta significa não apenas manter sua dignidade, mas dos quase 50 milhões de habitantes que vivem na Amazônia”, lembrou o presidente, alinhado com demais discursos sobre a questão ambiental, em especial em conversas sobre a negociação do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
Lula destacou ainda o fato de os presidentes dos países que compõem a OTCA, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, não se reunirem há 14 anos.
Assim, pediu “uma OTCA fortalecida, com reuniões regulares de presidentes e autoridades, com maior participação dos cidadãos, dos povos indígenas e da estruturação do Parlamento da Amazônia”.
Lula também destacou a participação da sociedade civil antes do encontro, por meio dos chamados Diálogos Amazônicos, um conjunto de iniciativas da sociedade civil organizada com o objetivo de pautar a formulação de novas estratégias para a região, segundo o governo Federal.
Com encontros que aconteceram de 4 a 6 de agosto, Lula expressou “diálogos maravilhosos com uma capacidade incrível de discutir estas questões”.
(*) Com Ansa, Brasil247 e TeleSUR