A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China foi remarcada para o dia 11 de abril. Mas antes da viagem do mandatário brasileiro, Xi Jinping receberá o presidente francês, Emmanuel Macron, em Pequim.
Quem também decidiu ir na comitiva de Macron foi a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mesmo fazendo um discurso na quinta-feira (30) de que a resposta da China ao conflito Rússia-Ucrânia vai determinar as relações do gigante asiático com o bloco europeu, conforme noticiado.
Há dois dias atrás (31), o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, estava em Pequim.
No ano passado, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, foi à capital chinesa em novembro e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em dezembro.
De acordo com o The New York Times, os líderes europeus estão indo direto para Pequim, avaliando sua estratégia em relação à China no momento em que os Estados Unidos intensificam a pressão para escolher um lado na crescente acrimônia entre as duas superpotências.
Mas não é só a China que vem ganhando a atenção dos líderes europeus e principais membros da OTAN, há, também, um foco no Brasil.
Ursula von der Leyen tinha reunião marcada com o presidente Lula no dia 12 de abril, mas o encontro teve que ser desmarcado por conta da viagem do mandatário a Pequim. Porém, o petista se encontrará com o premiê Pedro Sánchez em Madri na última semana de agosto, segundo o site Metrópole.
Em janeiro deste ano, Lula recebeu Olaf Scholz no Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo, uma leva de autoridades norte-americanas foram à Brasília “marcar território” antes da viagem do presidente à China, como a visita da representante comercial dos Estados Unidos, Katherine Tai, ao Distrito Federal no dia 8 do mês passado.
Além disso, tanto Macron quanto o líder americano, Joe Biden, já sinalizaram que querem ir ao Brasil ainda este ano.
Apesar do atual panorama geopolítico colaborar para os nomes de peso que estão procurando Brasil e China, no caso de von der Leyen e Pedro Sánchez há uma questão em especial: a cadeira da presidência da OTAN.
A presidente da Comissão Europeia está em campanha para assumir em outubro a Aliança Atlântica, de acordo com o The Sun, mas ela teria como adversário Sánchez, representando a linha europeia mais aberta a Pequim, comenta a coluna de Nelson de Sá na Folha de São Paulo.
Apesar de o Brasil não fazer parte da OTAN, o país é o principal hub da América do Sul, e vem ganhando espaço com o novo desenho geopolítico que se forma pós-pandemia e conflito na Ucrânia.
Portanto, para marcar posição, von der Leyen e Sánchez pressionam por vaga nas agendas dos presidentes chinês e brasileiro.