Com mais de 30 mil civis mortos nos últimos meses na Faixa de Gaza, a recente agressão militar israelense já matou mais gente do que os EUA após 20 anos ocupando o Afeganistão. Naquela ocasião, entre 2001 e 2021, foram 12,4 mil civis mortos segundo números oficiais. Mas mesmo assim Israel não parece querer a paz.
Enquanto o Hamas, grupo islâmico-palestino tido como terrorista pelo Ocidente, se dirige ao Egito para negociar um cessar-fogo, o governo encabeçado por Benjamin Netanyahu não enviará representantes. A informação foi confirmada pela CNN Internacional neste domingo (3), que alega ter ouvido um representante do Estado de Israel que pediu para não ser identificado.
De acordo com a fonte da emissora, Israel alega que o Hamas não cumpriu com duas das suas exigências: fornecer uma lista de reféns que especifique quais estão vivos e quais estão mortos, e a confirmação de acordo para a libertação de presos palestinos das prisões israelenses em troca dos reféns.
A decisão de não comparecer ao encontro teria sido tomada pelo próprio Netanyahu em conjunto com David Barnea, o diretor da Mossad, serviço secreto israelense. A notícia ainda colocou em saia justa o Governo Biden, dos EUA, que no último sábado (2) tinha declarado, através de um alto funcionário, que Israel teria aceitado uma proposta de cessar-fogo por seis semanas.
“Exijo saber antecipadamente os nomes de todos os reféns que serão incluídos no esboço. Ainda não recebi uma resposta sobre as duas perguntas e é muito cedo para dizer, apesar da nossa vontade, se conseguiremos um esboço para um lançamento adicional nos próximos dias”, escreveu Netanyahu na última quinta (29).
Do outro lado do morticínio, o Hamas confirmou neste domingo (3) que sua delegação chegou ao Cairo, no Egito, para retomar as negociações por uma trégua. De acordo com informações apuradas pela AFP, Khalil Al-Hayya, vice-chefe do Hamas, quer entregar uma resposta oficial no sentido de um cessar-fogo durante a reunião. Resta ver se haverá algum israelense para ouvi-la.