Na última madrugada, Israel iniciou uma nova onda de ataques aéreos na Faixa de Gaza, matando pelo menos 404 pessoas e ferindo 562, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Esses ataques interromperam o cessar-fogo frágil que havia sido estabelecido entre Israel e Hamas. Segundo a agência Al Jazeera, o governo israelense “consultou” os Estados Unidos antes de lançar a ofensiva.
A informação foi confirmada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que a administração israelense havia notificado o governo dos EUA sobre o iminente ataque, destacando a continuidade do apoio de Washington às ações militares de Tel Aviv. “O governo israelense nos informou sobre os ataques programados na noite de ontem”, disse Leavitt à Fox News, acrescentando que a consultoria dos EUA se deu conforme as intenções do governo de Donald Trump em relação a grupos como o Hamas e o Irã.
O ataque aéreo, que destruiu diversas áreas residenciais em Gaza, matou civis, incluindo mulheres e crianças, e gerou cenas de desespero nos hospitais locais, que ficaram sobrecarregados com o grande número de vítimas. Os ataques também arruinaram as esperanças de um cessar-fogo duradouro, que havia sido mediado por uma coalizão de países, incluindo Estados Unidos, Catar e Egito, em janeiro.
O Hamas, por sua vez, condenou a continuidade dos ataques israelenses, tratando-os como uma violação unilateral do cessar-fogo, e acusou os Estados Unidos de se tornarem “cúmplices” na “guerra de extermínio” contra o povo palestino. Em resposta, as lideranças israelenses justificaram os ataques afirmando que não havia avanço nas negociações para uma extensão do cessar-fogo.
O ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, havia, no mês passado, informado os Estados Unidos que Israel não se comprometeria com o plano de cessar-fogo de três estágios e que, se as demandas para a libertação de reféns não fossem atendidas, Israel voltaria à guerra intensa.
Moradores de Gaza, que haviam retornado às suas casas danificadas, encontraram-se novamente sob ataque. Momen Qoreiqeh, que perdeu 26 membros de sua família durante os bombardeios, relatou o pânico generalizado causado pelos ataques repentinos, que varreram famílias inteiras, algumas das quais ainda não foram resgatadas dos escombros.
Enquanto isso, os hospitais locais, como o Al-Ahli em Gaza City, estavam inundados de vítimas e corpos. A intensidade dos ataques, que atingiram locais antes considerados “seguros”, evidenciou a violência desproporcional e a falta de qualquer área de refúgio para os civis palestinos.