Israel admite 10 mil ataques aéreos a Gaza desde 7 de outubro

Em média, 220 palestinos são mortos a cada ofensiva israelense; gabinete de Direitos Humanos da ONU alerta autoridades de Tel Aviv por descumprimento do direito humanitário internacional

(Foto: Rizek Abdeljawad/Xinhua)

Desde o início da intensificação da guerra entre Israel e Palestina, em 7 de outubro, as forças militares do Estado judeu admitiram ter conduzido 10 mil ataques aéreos à Faixa de Gaza.

Em proporção, o número equivale a um ataque para cada 220 palestinos, de acordo com o gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU). O órgão chegou a alertar Israel sobre o descumprimento do direito humanitário internacional, diante da enxurrada de bombardeios contra os civis da região, além de toda a destruição do patrimônio social, incluindo residências e infraestruturas públicas: 

“[Israel] aumenta significativamente o risco de crimes atrozes”, declarou o gabinete de Direitos Humanos.

As recentes hostilidades comandadas pelas autoridades de Tel Aviv também resultaram no deslocamento forçado de 1,9 milhão de palestinos, de um total de 2,2 milhões. A grande maioria procurou refúgio no sul, especialmente em Khan Younis e Rafah, áreas que agora, na fase mais recente da operação militar israelense, são as mais atingidas.

“Atualmente, muitos deles, junto com os residentes de Khan Younis, estão sendo empurrados para áreas cada vez mais pequenas em Rafah, sem saneamento, acesso a alimentos, água, abrigo ou cuidados de saúde”, destacou o órgão.

Deslocamentos forçados a Rafah e surto de doenças

“Nenhuma parte está segura” é o que afirmam as equipes humanitárias que estão a serviço das vítimas na Faixa de Gaza. O agravamento da operação terrestre israelense e os incessantes bombardeios estão obrigando as famílias palestinas a fugirem para Rafah, muitas delas a pé, apenas para descobrirem que não há abrigo, água ou comida.

Pelo terceiro dia consecutivo, a única província é a única que recebeu distribuições de ajuda humanitária, mas de forma extremamente limitada, de acordo com a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

“O que resta em Gaza? Onde está o mundo? Quanto tempo durará esta miséria? Deixe o mundo observar nossas crianças fazendo fila para buscar água. […] Fugimos de Khan Younis para Rafah. Aqui estamos em Rafah. Não sabemos para onde ir. Estamos dormindo nas ruas”, afirmou Ali Rayhan, um homem deslocado, à emissora catari Al Jazeera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a situação piora a cada hora em Gaza, e alerta também para o surto de doenças por falta de saneamento.

“Nos mudamos para Rafah por causa das bombas. E por causa da minha lesão, desmaiei e fui levado para o Hospital dos Mártires de Al Aqsa. Os médicos disseram que tenho hepatite. Estou preocupado com a possibilidade de infectar toda a minha família”, disse Abdulhamid Qaddoha, outro palestino deslocado.

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