Otimistas com o bom começo da recuperação econômica chinesa em 2023, os investidores de todo o mundo estão comprando ativos denominados em yuan, a moeda chinesa.
Dados de mercado mostram que, a entrada líquida de capital do exterior para as ações negociadas nas bolsas de Shenzhen e Shanghai atingiu em janeiro o recorde para um único mês, de 131,146 bilhões de yuans (US$ 19,4 bilhões), mais do que todo o ano de 2022.
O MSCI China Index subiu quase 12% no mês passado, enquanto o Morgan Stanley reiterou sua recomendação de investir em valores mobiliários chineses.
Especialistas do setor dizem que o recente fluxo está longe de ser uma febre oportunista. O investimento vindo do exterior no mercado de valores mobiliários da China aumentará gradualmente à medida que a recuperação econômica do país se acelera, e os ativos em yuan se tornarão mais dignos de investimento com um apelo mais forte como um abrigo seguro, comentou Wang Chunying, vice-chefe da Administração Estatal de Divisas.
Capital estrangeiro participou ativamente do mercado de valores mobiliários da China nos últimos meses, observou Wang. Dados oficiais mostram que, em dezembro, a posse de bônus e ações da parte continental da China pelos investidores do exterior teve aumentos líquidos de US$ 7,3 bilhões e US$ 8,4 bilhões, respectivamente. Somente na primeira quinzena de janeiro, o investimento do exterior líquido em bônus e ações chinesas atingiu US$ 12,6 bilhões.
O fortalecimento da moeda chinesa também animou os investidores. O yuan valorizou em cerca de 3% desde o início deste ano, continuando uma tendência que começou em novembro passado.
As vantagens de comprar ativos em yuan são evidentes para os investidores globais, que apostam na economia chinesa para se tornar a primeira a se recuperar em 2023.
No final de janeiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou sua previsão para o crescimento econômico da China em 2023 para 5,2%, ante uma previsão anterior de 4,4%. Os bancos de investimento, incluindo Morgan Stanley e Goldman Sachs, também atualizaram suas previsões de crescimento para a segunda maior economia do mundo.
Especialistas do setor olham para o consumo como um dos principais impulsionadores da recuperação na China, que provavelmente atuará a todo vapor no segundo trimestre, após um período de ajuste mais curto do que o esperado.
“A recuperação econômica da China este ano pode ser uma grande proteção contra a desaceleração econômica global”, opinou Yu Xiangrong, economista-chefe do Citigroup para a China.
O FMI apontou que o crescimento mundial deve cair de uma estimativa de 3,4% em 2022 para 2,9% em 2023. As previsões das Nações Unidas e do Banco Mundial ficaram em 1,9% e 1,7%, respectivamente.
Analistas assinalaram que a expansão de uma economia do tamanho da China contribuiria acentuadamente para o crescimento global e beneficiaria economias como Japão, Europa e exportadores de commodities.