
Na última sexta-feira (28), o Marco Zero da Gastronomia, em São Paulo, se transformou em uma ponte viva entre Brasil e China. A “Imersão Gastronômica • Sabor de Juancheng”, realizada pela Agência Brasil China, com co-realização da Prefeitura de São Paulo e apoio do governo do distrito de Juancheng, na província de Shandong, apresentou ao público paulistano muito mais do que um prato típico: ofereceu uma verdadeira viagem pela cultura, pela economia e pela memória afetiva que cercam o mantou, pão cozido no vapor que é símbolo da culinária chinesa.

Entre os participantes, estavam a chef Gil Gondim, anfitriã do Marco Zero da Gastronomia, e o renomado chef brasileiro Danilo Rolim, que se juntaram aos demais convidados em um clima intimista e curioso. Ambos mergulharam na proposta do dia: enxergar o mantou não apenas como um alimento, mas como um fio condutor de histórias que ligam a vida cotidiana em Juancheng às mesas do mundo. A presença dos dois chefs ao lado do público deu à imersão um tom especial de encontro entre tradições, sensibilidades e técnicas culinárias.


Antes de colocar literalmente a mão na massa, os participantes foram convidados a percorrer uma exposição composta por painéis informativos e fotos reais de Juancheng, que apresentavam a origem do mantou, sua evolução ao longo dos séculos e o papel central que ocupa no dia a dia da população local. Os conteúdos mostravam como o mantou está presente em cafés da manhã familiares, em mercados, em celebrações e, sobretudo, na economia da região, movimentando cadeias produtivas inteiras. Um vídeo exibido no local completou a experiência, mostrando todas as etapas de produção, da farinha ao vapor, e a presença do mantou em diferentes regiões da China.

A segunda parte do evento foi, para muitos, o momento mais esperado: a aula prática com uma chef chinesa especialista na arte de preparar mantou. Em clima de curiosidade e encanto, os participantes acompanharam, passo a passo, o processo de transformação da farinha em massa, o ponto ideal de hidratação, as técnicas de modelagem e o tempo correto de fermentação e cozimento. Em cada gesto da chef, era possível perceber o peso da tradição e a delicadeza de um saber transmitido por gerações. Todos foram convidados a modelar seus próprios pãezinhos, criando formatos, experimentando texturas e se surpreendendo com a simplicidade e, ao mesmo tempo, a precisão que a receita exige.



Ao final, as esteiras de bambu saíram do vapor carregando o resultado do trabalho coletivo: mantous fofos, perfumados, alinhados sobre a mesa como pequenos símbolos de encontro cultural. A degustação foi harmonizada com conservas típicas chinesas, cuidadosamente selecionadas para ressaltar o sabor neutro e versátil do pão. Entre fotos, risadas e comentários emocionados, era nítido o encantamento dos presentes – muitos experimentavam o mantou pela primeira vez, outros o redescobriam agora inserido em um contexto mais amplo, ligado à história de Juancheng e ao seu potencial gastronômico e turístico.


Mais do que um evento culinário, a “Imersão Gastronômica • Sabor de Juancheng” mostrou a força da cooperação entre governos locais e da diplomacia cultural na construção de pontes concretas entre povos. Ao unir a Prefeitura de São Paulo, o governo distrital de Juancheng e a Agência Brasil China em torno de um alimento simples e afetivo, a iniciativa conseguiu traduzir, na prática, a ideia de que a cozinha é uma língua universal. Naquele dia, no coração da maior cidade do Brasil, o mantou deixou de ser apenas um pão no vapor: tornou-se um embaixador de Juancheng, da província de Shandong e da própria China, aproximando histórias, sabores e pessoas em torno da mesma mesa.













