Desde a última quarta-feira (1º) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investiga casos suspeitos da doença da vaca louca no Brasil. Neste sábado (4), a pasta confirmou dois casos da doença em frigoríficos de Belo Horizonte e de Nova Canaã do Norte (MT) e, em cumprimento a um protocolo sanitário, as exportações de carne bovina brasileira para a China estão suspensas.
O blog apurou que em reunião de ministros na última sexta-feira (3), a avaliação foi de que as ações sanitária tomadas foram rápidas e que se trataram de dois casos atípicos, que costumam acometer o gado de idade mais avançada, sem maiores riscos.
Segundo um ministro afirmou ao blog, nos próximos um a dois meses a apuração sobre os dois casos deve ser concluída e o Brasil segue com status de risco insignificante para a doença.
Os ministros também debateram na reunião que a suspensão de importação da carne brasileira pela China – que passou a valer no sábado – vai impactar as exportações brasileiras, mas no curto prazo. No mesmo dia, já era possível ver os preços da arroba do boi gordo caindo. A informação é de que os frigoríficos brasileiros seguirão com a produção, mesmo com a proibição da entrada de carne brasileira na China.
O país asiático é o principal destino da carne bovina do Brasil, respondendo por mais de 50% do total exportado. Em agosto, houve recorde na venda, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com receitas de mais de US$ 1,1 bilhão.
O professor sênior de Agronegócio do Insper, Marcos Jank, coordenador do centro Insper Agro Global, afirmou ao blog que pode haver queda temporária nos preços da carne no Brasil, pela maior oferta, caso o embargo da China dure mais do que alguns dias.
Ouvido pelo blog, o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, afirmou que o impacto na exportação brasileira pode ser preocupante apenas no curto prazo, já que se tratam de relatos de casos atípicos da doença.