Em sua última competição Olímpica de bobsled, Edson Bindilatti projeta futuro como técnico e prepara sucessor

Após participar de todas as campanhas brasileiras do esporte em Jogos de Inverno, ele quer criar condições para formar novos atletas em toda a América do Sul e conta que Erick Vianna será o novo piloto da equipe.

Ao falar sobre bobsled no Brasil, é inevitável não mencionar o nome de Edson Bindilatti. O baiano de 43 anos esteve em todas as cinco campanhas do Brasil em Jogos de Inverno, desde Salt Lake City 2002, e se prepara para dar adeus às pistas oficialmente a partir de amanhã, quando começa a competição do quarteto em Beijing 2022.

“Aproveito muito cada descida porque sei que é minha última competição. É maravilhoso, eu amo esse esporte. O bobsled é um esporte maravilhoso, amo demais. Não sei como vou me sentir durante a prova, mas meus companheiros são muito fortes e estão preparados para essa competição. Estamos animados para conseguir um grande resultado para o Brasil,” comentou Bindilatti.

Antes de começar no bobsled, Edson Bindilatti competia no decatlo, tendo conquistado títulos em nível nacional, sul-americano e ibero-americano.

Participação no 2-man em Pequim

Edson já esteve em competição em Beijing 2022 – ao lado de Edson Martins, ele ficou em 29º lugar no 2-man, uma experiência que, segundo ele, serviu ganhar mais “cancha” na pista do Centro Nacional de Esportes de Pista, em Yanqing.

A equipe brasileira do quarteto conta, além de Edson Bindilatti e Edson Martins, com Erick Vianna e Rafael Souza. A melhor colocação do Brasil no 4-man é o 23º lugar obtido em PyeongChang 2018.

Atuante nos bastidores

Mas se engana quem acha que ele vai descansar: já como parte da transição de carreira, ele vem trabalhando nos bastidores para construir uma pista de push (largada) em São Caetano, no estado de São Paulo, o que ajudará a formar atletas e a melhorar o nível dos treinamentos no futuro.

Ao contar essa história, ele deixa escapar qual será o próximo passo da carreira: o de treinador.

“Já estamos fazendo uma pista de push no Brasil, em São Paulo, para começar o desenvolvimento. Espero que possa atuar como técnico para o Brasil ou ajudar outros países. Queremos chamar os sul-americanos. Estou muito empolgado para começar meu segundo trabalho após os Jogos Olímpicos,” comentou, aproveitando para dar um recado.

“Ainda não acabamos a pista, precisamos de um pouco mais de dinheiro, mas vamos no dia a dia. Espero que esteja completa em abril, vamos ver.”

Planos para o sucessor

E quem assumirá o posto de piloto da equipe de bobsled brasileira? Essa resposta Edson Bindilatti tem na ponta da língua:

“Erick Vianna começa em março. Eu começo a treinar e ele começa a pilotar. Vamos para Lake Placid (no estado norte-americano de Nova York) em março. Estamos animados. Ele é um cavalo na largada, vamos ver para pilotar. Espero que tenhamos uma grande equipe para os próximos Jogos Olímpicos. Esses caras são jovens, espero que continuem a defender o Brasil, é o nosso plano.”

Muitos anos depois de ter contato com o filme “Jamaica Abaixo de Zero”, conhecer o bobsled e embarcar em uma aventura que termina após cinco edições dos Jogos de Inverno, o brasileiro afirma que muita coisa ainda precisa mudar no esporte.

“Vi atletas e equipes crescerem bem ao longo dos anos. O esporte precisa crescer mais para países pequenos por conta do que vemos hoje, da grande vantagem que os outros têm. Precisamos envolver mais nações neste esporte, dar mais oportunidades para mais atletas, mais pessoas e tornar a modalidade mais competitiva.”

Veja o calendário do 4-man

A prova oficial será dividida em dois dias: no sábado, 19 de fevereiro, acontecem a primeira e segunda baterias, às 9h30 e 11h05 locais, respectivamente (22h30 do dia 18 e 0h05 do dia 19 em Brasília).

No dia 20 de fevereiro, o 4-man será uma das últimas provas nos Jogos Olímpicos de Inverno. A terceira bateria acontece às 9h30 locais (22h30 do dia 19 em Brasília) e a quarta às 11h20 (0h20 do dia 20 em Brasília).

Os tempos das três primeiras descidas serão somados. Os 20 quartetos com os menores tempos disputarão a quarta e última descida.

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