A visita de Nancy Pelosi despertou a preocupação da comunidade chinesa no Brasil. Mas, ao contrário que algumas matérias que circulam na mídia dão a entender, não são só os chineses da China continental que repudiam a guerra.
“Quem não quer a paz em Taiwan é só um grupo minoritário”, disse Diego Tung, presidente da Associação Chinesa de Suzano, se referindo ao Partido Democrático Progressita de Tsai Ing-wen. Diego faz parte da terceira geração de imigrantes chineses de Taiwan [1] que desembarcaram no Brasil em 1955.
Segundo o presidente da associação, os chineses prezam sempre pela “conversa política apaziguadora” e descartam a via militar para a reunificação, a qual Diego classifica como “resultado da provocação de agentes externos”.
Para ele, visita de Nancy Pelosi é entendida como uma provocação fruto da “antiga aversão” da congressista estadunidense à política chinesa.
A Agência Brasil China procurou o empresário e secretário de Meio Ambiente da cidade de Suzano, André Chiang. Também neto de chineses de Taiwan, André diz que “precisamos priorizar o diálogo e promover a paz”. Para ele, o Brasil reuniria aspectos necessários para a promoção da paz:
“Vejo o Brasil como potencial exemplo ao mundo, uma vez que somos um País acolhedor, miscigenado e que estabelece o diálogo para com todas as comunidades. E são exatamente esses aspectos que entendo como importantes para promoção da Paz Mundial e da união dos povos”, declarou.
[1] O entrevistado, foi enfático no uso de “chineses de Taiwan”. Acreditamos haver um sentido político nisso, por isso mantemos o termo ao invés de fazer uso do gentílico “taiwanês”.