As tensões entre Índia e Paquistão atingiram um novo ápice após um ataque terrorista em Pahalgam, na região indiana da Caxemira, que resultou na morte de 26 civis, incluindo turistas indianos e estrangeiros. Em resposta, o governo indiano suspendeu o Tratado das Águas do Indo, um acordo bilateral de 1960 mediado pelo Banco Mundial, que regula o uso dos recursos hídricos compartilhados entre os dois países.
O Paquistão reagiu imediatamente, classificando a suspensão do tratado como um “ato de guerra”. Em comunicado oficial, o Comitê de Segurança Nacional paquistanês afirmou que qualquer tentativa de interromper ou desviar o fluxo de água destinado ao Paquistão será considerada uma agressão e enfrentada com “força total em todo o espectro do poder nacional”.
Além disso, Islamabad anunciou a suspensão de todos os acordos bilaterais com a Índia, incluindo o Acordo de Simla de 1972, que estabelece diretrizes para as relações entre os dois países desde a guerra de 1971. O Paquistão também fechou seu espaço aéreo para aeronaves indianas, suspendeu o comércio bilateral e cancelou vistos concedidos a cidadãos indianos, exceto para peregrinos sikhs.
O ataque em Pahalgam foi reivindicado pelo grupo militante Kashmir Resistance, considerado uma frente para organizações baseadas no Paquistão, como o Lashkar-e-Taiba. Autoridades indianas acusam os serviços de inteligência paquistaneses de envolvimento no atentado, embora Islamabad negue qualquer participação.
Como parte das medidas retaliatórias, a Índia revogou todos os vistos concedidos a cidadãos paquistaneses, suspendeu a emissão de novos vistos e ordenou a saída de diplomatas paquistaneses até o final de abril. O único posto fronteiriço terrestre entre os dois países, em Wagah-Attari, também foi fechado.
A suspensão do Tratado das Águas do Indo é particularmente preocupante para o Paquistão, cuja agricultura depende fortemente dos rios Indus, Jhelum e Chenab. Especialistas alertam que qualquer interrupção no fluxo dessas águas pode agravar a já delicada situação econômica e alimentar do país.
Analistas internacionais temem que a escalada das tensões possa levar a um confronto mais amplo entre as duas nações, ambas detentoras de armas nucleares. A comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos, instando ambas as partes a retomarem o diálogo e evitarem ações que possam desestabilizar ainda mais a região.