A China reagiu nesta sexta-feira (22) à fala do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e reafirmou sua posição histórica de alegada soberania sobre Taiwan. Segundo a diplomacia de Pequim, não há espaço para compromissos ou concessões em relação à ilha que o regime considera uma província rebelde.
A fala do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, é uma resposta à declaração de Biden de que os EUA estão comprometidos em defender Taiwan em caso de eventual ofensiva chinesa.
“Quando se trata de questões relacionadas à soberania e integridade territorial da China e outros interesses fundamentais, não há espaço para fazer compromissos ou concessões”, afirmou Wang, durante entrevista coletiva em Pequim.
“E ninguém deve subestimar a forte determinação, firme vontade e grande capacidade do povo chinês de defender a soberania nacional e a integridade territorial”, acrescentou o porta-voz.
Em meio às tensões entre EUA e China, que travam uma espécie de Guerra Fria 2.0, a fala do presidente americano ocorreu durante um evento chamado de “town hall” transmitido pela CNN americana, em que o democrata respondeu a perguntas da plateia.
Além de afirmar o compromisso de Washington em defender Taiwan, Biden usou um discurso de demonstração de força. Segundo o democrata, as pessoas não deveriam se preocupar com a força militar americana porque “China, Rússia e o resto do mundo” sabem que os EUA são “os militares mais poderosos da história mundial”.
“Algo com o que vocês têm que se preocupar é se eles vão ou não se engajar em atividades que os colocariam em uma posição na qual eles possam cometer um erro grave”, continuou o presidente.
Biden ainda tentou contornar o assunto dizendo não querer “uma guerra fria” com Pequim, mas, como a diplomacia chinesa faria em seguida, reafirmou uma posição irredutível de Washington. “Apenas quero que a China entenda que não vamos recuar, não vamos mudar nenhuma de nossas visões.”