China defende cooperação internacional para enfrentar os desafios globais

China defende uma maior cooperação internacional para enfrentar desafios globais por meio de iniciativas como a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

“O mundo de hoje, os países não estão navegando separadamente em cerca de 190 pequenos barcos, mas sim, todos estamos em um grande navio do qual depende nosso destino compartilhado. Pequenos barcos podem não sobreviver ao vento e às ondas, mas um grande navio é forte o suficiente para enfrentar mares tempestuosos”, discursou.

Esse foi o centro do discurso do principal diplomata chinês, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, durante a Cúpula do Futuro da ONU, realizada em Nova York (EUA), no último domingo (22), quando líderes de diversos países firmaram um acordo histórico para adotar um documento com 56 ações voltadas para o futuro do planeta.

O chanceler chinês enfatizou a importância de um esforço global conjunto para a paz, desenvolvimento e justiça. Defendeu o fortalecimento da governança global, a promoção da justiça, e o desenvolvimento inclusivo e sustentável. Também propôs um plano de ação para a governança da inteligência artificial e destacou a importância de um mundo multipolar e a equidade internacional.

Wang é integrante do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e o representante especial do presidente chinês, Xi Jinping, nas atividades da Nações Unidas nesta semana. A Cúpula para o Futuro antecedeu a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que teve início neste terça-feira (24).

O Pacto para o Futuro estabelece medidas concretas para enfrentar desafios globais e avançar em direção a um futuro sustentável. Entre os principais pontos estão iniciativas para acelerar a erradicação da pobreza e da fome, promover uma transição energética justa, combater as mudanças climáticas e impulsionar a governança global.

Leia aqui o documento em inglês e aqui em espanhol.

O governo chinês divulgou o “Documento de Posição da China sobre sua participação na Cúpula do Futuro da ONU e na 79ª Sessão da Assembleia Geral da ONU” no qual apresenta a visão da China sobre os principais desafios globais e detalha as contribuições do país para a paz e desenvolvimento mundial.

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O documento destaca o papel do país asiático como defensor do multilateralismo, da paz mundial e do desenvolvimento conjunto. Esclarece que a China enxerga o cenário atual, marcado por transformações globais, como uma oportunidade para reafirmar seu compromisso com a paz, o desenvolvimento sustentável e a cooperação internacional.

Confira o discurso da China na Cúpula do Futuro

“Senhor Presidente,  

Colegas,  

O futuro carrega a esperança do desenvolvimento humano. Diante das transformações que não vemos há um século, é altamente relevante que nos reunamos na Cúpula do Futuro e, juntos, adotemos o Pacto para o Futuro, galvanizando nossos esforços coletivos pela paz e pelo desenvolvimento mundial, mapeando o futuro da humanidade.

A humanidade só tem um planeta Terra para chamar de lar, e pertencemos à mesma comunidade global. É importante que cuidemos bem de nossa casa comum e façamos esforços conjuntos para avançar a governança global. Com esse objetivo em mente, o presidente Xi Jinping, da China, apresentou a visão de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, defendeu a cooperação de alta qualidade do Cinturão e Rota e propôs a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global. Essas visões e iniciativas proporcionaram novas soluções para enfrentar os desafios comuns da humanidade e desenharam um novo plano para construir um mundo melhor. Nesse contexto, a China propõe o seguinte:

Os países do mundo precisam construir um futuro de paz e tranquilidade. Neste mundo em mudança e turbulento, novos riscos e desafios continuam surgindo. Nenhum país pode ficar indiferente. Maior solidariedade e cooperação da comunidade internacional não é uma escolha, mas uma necessidade. Os países devem defender a visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, resolver disputas por meio do diálogo, resolver diferenças por meio de consultas e fortalecer a segurança por meio da cooperação. Os grandes países, em particular, devem dar o exemplo. Eles devem romper círculos geopolíticos buscando o bem maior, superar a confrontação de blocos com uma visão ampla de prosperidade mútua e servir como propulsores para a solidariedade mundial e âncoras para a paz internacional.

Os países do mundo precisam construir um futuro de desenvolvimento e prosperidade. No mundo de hoje, os países não estão navegando separadamente em cerca de 190 pequenos barcos, mas sim, todos estamos em um grande navio do qual depende nosso destino compartilhado. Pequenos barcos podem não sobreviver ao vento e às ondas, mas um grande navio é forte o suficiente para enfrentar mares tempestuosos. Os países precisam compartilhar oportunidades de desenvolvimento e buscar cooperação vantajosa para todos. Precisamos seguir uma filosofia de desenvolvimento centrada nas pessoas e defender uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva, de modo a entregar os frutos do desenvolvimento ao nosso povo e garantir a prosperidade comum para todos os países. Uma abordagem de vencedor leva tudo é uma maneira certa de perder o jogo todo, e o “quintal pequeno com cercas altas” só aprisionaria o construtor e rasgaria o mundo.

Os países do mundo precisam construir um futuro de equidade e justiça. Todos os países, independentemente de seu tamanho e força, são membros iguais da comunidade internacional. Os assuntos internacionais devem ser tratados por consulta entre todos os países. Precisamos construir um mundo multipolar igual e ordeiro e defender o sistema internacional centrado na ONU, a ordem internacional baseada no direito internacional e as normas básicas das relações internacionais sustentadas pelos propósitos e princípios da Carta da ONU. Precisamos fortalecer a autoridade do Estado de Direito internacional, rejeitar a lei da selva onde os fortes oprimem os fracos, opor-se a atos de hegemonismo, como sanções unilaterais, proteger os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento, promover uma maior democracia nas relações internacionais e defender a equidade e justiça internacionais.

Os países do mundo precisam construir um futuro melhor. À medida que a nova rodada de revolução tecnológica e transformação industrial se aprofunda, surgiram novas oportunidades e desafios para a sociedade humana e a governança global. Precisamos acompanhar os tempos, avançar nas fronteiras e explorar novas práticas, tornando a governança global mais justa e equitativa. A China apoia a ONU como principal canal na governança da IA e proporá o Plano de Ação para o Desenvolvimento de Capacidades em IA para o Bem e para Todos. Em particular, precisamos encorajar os jovens a trazer sua criatividade e contribuir com seu quinhão para o avanço da humanidade.

Colegas,

A China de hoje está empenhada em construir um grande país socialista moderno em todos os aspectos e buscar o rejuvenescimento nacional por meio de um caminho chinês para a modernização. Isso criará novas oportunidades para a paz e o desenvolvimento mundial. A China trabalhará de mãos dadas com países de todo o mundo para promover a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade e criar um amanhã mais pacífico e melhor.

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