O embaixador da China na Organização das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, condenou nesta quarta-feira (1º) o uso recorrente do poder de veto pelos Estados Unidos em resoluções do Conselho de Segurança sobre a guerra em Gaza. Segundo ele, a postura norte-americana tem impedido avanços para um cessar-fogo e ampliado o sofrimento da população civil.
Fu lembrou que o conflito em Gaza já se estende por quase dois anos, com milhares de mortos, feridos e uma grave crise humanitária. “O cessar-fogo e o fim da guerra se tornaram consenso da comunidade internacional”, afirmou o diplomata, destacando que os EUA bloquearam repetidas tentativas do Conselho de aprovar medidas nesse sentido.
Para o representante chinês, o Direito Internacional e as resoluções da ONU “não podem ser violados de forma arbitrária” em função do apoio político e militar norte-americano a Israel. Ele também condenou a militarização da distribuição de ajuda humanitária, os ataques a civis que buscam suprimentos e a violência contra trabalhadores humanitários.
Fu reforçou ainda a posição da China em defesa da solução de dois Estados como “única saída viável” para a questão palestina, com a criação de um Estado independente coexistindo com Israel.
A crítica chinesa se soma à de outros países que têm pressionado por uma ação mais firme da ONU diante do impasse diplomático e da escalada de violência no Oriente Médio. Para o Brasil, membro não permanente do Conselho de Segurança até o fim de 2025, o tema segue central na agenda internacional de defesa do multilateralismo e da paz.