A China deu mais um passo importante em sua corrida espacial. No último dia 6 de agosto, o país concluiu com sucesso o primeiro teste terrestre de pouso e decolagem controlados do Lanyue, módulo lunar tripulado que será responsável por levar astronautas chineses à superfície da Lua ainda nesta década.
De acordo com a CMSA (Agência Espacial Tripulada da China), foi a primeira vez que os chineses realizaram uma simulação de pouso e subida de uma nave espacial tripulada em ambiente extraterrestre. O teste aconteceu em uma instalação especial no Condado de Huailai, na província de Hebei, no norte da China, e validou a performance dos principais sistemas do módulo — desde os motores de descida e ascensão até o controle de desligamento pós-pouso.
Tecnologia de ponta para um novo marco lunar
O módulo Lanyue foi desenvolvido para transportar dois astronautas e um rover lunar, além de cargas científicas, entre a órbita e a superfície lunar. A nave é composta por dois elementos: o módulo lunar e o módulo de propulsão. Além de levar a tripulação, servirá como centro habitável, com funções de geração de energia, transmissão de dados e alojamento, permitindo estadias prolongadas na Lua.
Huang Zhen, integrante da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, explicou que a equipe realizou testes mecânicos em larga escala para garantir a resistência às condições extremas do lançamento. Também foram conduzidos ensaios térmicos para simular o ambiente cislunar, onde o módulo permanecerá em órbita por longos períodos.
Ambição lunar antes de 2030
A meta de Pequim é clara: realizar um pouso tripulado na Lua antes de 2030. O avanço acontece em um momento em que a China intensifica sua presença no espaço, com missões recentes em Marte, a construção da estação espacial Tiangong e a liderança em lançamentos orbitais.
Repercussões globais e reflexos no Brasil
O sucesso do Lanyue também repercute fora da Ásia. Para o Brasil, parceiro da China em ciência e tecnologia espacial dentro do BRICS, a conquista reforça a possibilidade de ampliar colaborações em áreas de monitoramento por satélites, exploração científica e desenvolvimento de tecnologias avançadas. A cooperação sino-brasileira já é histórica com o programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), e novos marcos como este abrem espaço para futuras iniciativas conjuntas na exploração espacial.
O teste do Lanyue mostra que a corrida espacial deixou de ser exclusividade das potências ocidentais e hoje tem na China um protagonista ativo, com planos ambiciosos que não apenas ampliam sua influência tecnológica, mas também oferecem novas oportunidades de cooperação para países como o Brasil.