O Ministério de Relações Exteriores da China afirmou, nesta quinta-feira (20), que fornece vacina a quase 40 países da África, em ações que o titular da pasta descreveu como puramente altruísticas.
Esse tipo de ação tem sido chamado de diplomacia da vacina.
As doses foram doadas ou vendidas por preços mais favoráveis, disse Wu Peng, o diretor encarregado da relação da China com a África no Ministério de Relações Exteriores.
Para o ministro, é evidente que é necessário garantir que os chineses sejam vacinados assim que possível, “mas para outros países em necessidade, nós nos esforçamos ao máximo para fornecer ajuda com vacinas”, ele disse.
Os EUA foram acusados de estocar vacinas. Na segunda-feira, o presidente Joe Biden fez o segundo anúncio sobre compartilhamento de doses —até agora, foram prometidas 80 milhões de vacinas nos próximos meses. O governo não disse quais serão os países que vão receber.
Os norte-americanos vão doar 60 milhões de vacina da AstraZeneca (que não foi aprovada para uso no país) e 20 milhões de doses da Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson (essas, sim, em uso nos EUA).
ONU pede vacinas para a África
Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU pediu para acelerar a entrega de vacinas de Covid-19 para os países da África. O continente recebeu 2% do total de doses já ministradas no mundo.
Uma declaração presidencial dos 15 membros de um conselho sobre temas ligados à África reiterou a necessidade de acesso igualitário, testes baratos para detectar a doença, tratamentos e vacinas.
A diplomacia da vacina da China tem sido bem-sucedida. Já foram acertados cerca de 500 milhões de doses a mais de 45 países, de acordo com a contagem da agência de notícias Associated Press.
A China tem quatro fabricantes de vacinas. Eles afirmam que têm capacidade de produzir ao menos 2.6 bilhões de doses neste ano —todas elas feitas com tecnologias mais tradicionais, a de vírus inativado (outras vacinas foram feitas com RNA mensageiro ou adenovírus, que têm outras formas de agir).
O Egito vai começar a produzir a Sinovac em junho.
Wu, do Ministério de Relações da China, afirmou que só o auxílio não vai resolver os problemas de vacina da África, e que é preciso apoiar a produção local.