A cidade de Zhengzhou, na província central de Henan, na China tenta se recuperar nesta quinta-feira (22) das fortes chuvas torrenciais que atingiram a região nos últimos dias.
Ao menos 164 mil moradores da metrópole precisaram ser removidos de suas casas por estarem em áreas consideradas de risco, e as equipes de resgate atuam nas zonas mais afetadas.
O paulista Luís Enrique Batista Ribeiro, de 41 anos, mora em Zhengzhou e relata, em entrevista ao G1, um cenário caótico, com túneis inundados e quedas no abastecimento de energia.
Ribeiro relata uma pausa nas chuvas, mas diz que a “situação está precária” e que ainda há uma preocupação de que volte a chover nos próximos dias.
As autoridades meteorológicas chinesas consideraram as chuvas dos últimos dias como as mais fortes em mil anos.
Sem luz e água
O professor conta que está sem água e energia elétrica no condomínio onde vive – e que também não há previsão para a volta do abastecimento.
“Onde eu moro, no centro da cidade, está tudo bem”, diz Ribeiro. “Meu prédio está sem eletricidade e água. Os elevadores voltaram há pouco a funcionar, mas os apartamentos continuam sem energia.”
Para se comunicar, ele precisa descer até um restaurante onde consegue carregar seu celular. “Graças a Deus o elevador voltou a funcionar”, diz.
Ele conta que a previsão é de que muitos pontos da cidade, que não têm eletricidade, continuem assim até o fim de semana – mas que a volta no abastecimento de água potável pode demorar até um mês.
Metrô inundado
Ribeiro comenta que a imagem do metrô inundado que circula pelas redes sociais é da linha amarela, que passa a apenas duas quadras da sua casa.
Ele conta também que faz parte de um grupo de moradores no WeChat (uma espécie de WhatsApp chinês) que vem trocando informações sobre a situação após as chuvas e diz que há muita preocupação com deslizamentos.
“Estão alertando que a qualquer momento podem surgir ‘sinkholes’ [buracos provocados por deslizamentos de terra], que a gente tem que ter muito cuidado quando dirigir”, diz Ribeiro.