Brasileira morre em trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, e tragédia reacende debate sobre segurança em destinos de aventura

Juliana Marins sofreu queda durante expedição em vulcão ativo; caso comove brasileiros e reforça alerta para cuidados em trilhas internacionais

(Foto: Reprodução / Redes Sociais)

A brasileira Juliana Marins, que sofreu um acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, teve sua morte confirmada pela família neste domingo (23). A jovem, que era apaixonada por viagens e natureza, caiu em um penhasco enquanto explorava a montanha, um dos destinos mais procurados por aventureiros no sudeste asiático.

“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz a nota divulgada no perfil criado pelos familiares para acompanhar as buscas.

Juliana estava em Lombok, ilha vizinha a Bali, onde se localiza o imponente Monte Rinjani, um vulcão ativo de quase 3.800 metros de altitude. A região atrai milhares de turistas todos os anos, que enfrentam trilhas de dificuldade elevada em meio a paisagens deslumbrantes — mas também repletas de riscos, como trilhas íngremes, instabilidade climática e áreas de difícil acesso em caso de emergência.

Tragédia reacende debate sobre segurança no turismo de aventura

O caso de Juliana lança luz sobre a segurança nos chamados destinos de aventura, que têm crescido em popularidade entre jovens viajantes brasileiros. Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, o número de brasileiros que viajam para a Ásia em busca de experiências ligadas à natureza aumentou nos últimos cinco anos. No entanto, os riscos associados a essas viagens, muitas vezes subestimados, nem sempre são acompanhados por suporte técnico adequado no destino.

“A maioria desses locais não possui sistemas de resgate tão estruturados quanto os de países mais industrializados. Isso aumenta o tempo de resposta e pode ser determinante em acidentes graves”, explica o guia de expedições Anderson Castro, que já trabalhou com grupos de brasileiros no Nepal e na Indonésia.

China e Brasil compartilham desafios e experiências em turismo seguro

O aumento do turismo de aventura também tem sido discutido em fóruns bilaterais entre Brasil e China, dois países com vastos territórios naturais e crescente interesse no setor. No ano passado, representantes do Ministério do Turismo brasileiro participaram de encontros com autoridades chinesas para debater estratégias de segurança e promoção responsável do ecoturismo, incluindo capacitação de guias locais, protocolos de emergência e uso de tecnologias para monitoramento de trilhas.

Na China, por exemplo, áreas como Zhangjiajie (que inspirou as paisagens do filme Avatar) e montanhas sagradas como Huangshan atraem milhões de visitantes por ano, e o país tem investido em infraestrutura e regulamentações específicas para minimizar acidentes em trilhas.

O que brasileiros devem considerar ao planejar esse tipo de viagem

Diante da comoção com a morte de Juliana, especialistas reforçam a importância de algumas precauções básicas: checar a reputação da empresa responsável pelo passeio, informar-se sobre o nível da trilha, comunicar a embaixada ou consulado sobre itinerários em áreas remotas e, se possível, contratar seguro viagem com cobertura para esportes e resgate.

O Itamaraty, por meio da embaixada brasileira na Indonésia, já acompanha o caso e está prestando assistência à família.

A tragédia de Juliana Marins deixa uma marca profunda na comunidade de viajantes brasileiros e serve como alerta para os cuidados que devem acompanhar a busca por experiências inesquecíveis. A paixão pela natureza, que uniu Juliana a tantas paisagens ao redor do mundo, agora inspira também uma reflexão sobre como explorar esses lugares com mais responsabilidade e preparo.

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