O Brasil acaba de dar um passo ambicioso rumo à transição energética com a inauguração da Usina Termelétrica GNA II, localizada no Porto do Açu, no estado do Rio de Janeiro. Considerada a maior da América Latina em sua categoria, a usina reforça o papel do país como protagonista global na produção de energia mais limpa e eficiente, sem abrir mão da segurança energética.
Com investimento de R$ 7 bilhões — parte de um total de R$ 12 bilhões destinados ao complexo GNA (Gás Natural Açu) —, o projeto integra o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e está posicionado como símbolo do potencial brasileiro em aliar inovação tecnológica, sustentabilidade e escala. A GNA II sozinha tem capacidade para abastecer até 8 milhões de residências e representa cerca de 10% da geração nacional de energia a gás natural.
A tecnologia de ciclo combinado utilizada na planta garante maior eficiência e menor consumo de combustível, o que reduz as emissões de carbono. Mais do que isso, o projeto é desenhado para se adaptar ao futuro: poderá substituir até 50% do gás natural por hidrogênio, elemento-chave para uma matriz energética mais verde.
Na cerimônia de inauguração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o protagonismo do Brasil na transição energética global. “O que antes parecia um sonho distante, hoje é realidade”, afirmou. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou ainda que o projeto sinaliza a retomada da confiança de investidores estrangeiros no Brasil, com foco em desenvolvimento de longo prazo e geração de empregos.
China de olho no potencial brasileiro
O Porto do Açu, onde a usina está instalada, também se destaca como polo logístico e energético de interesse internacional — inclusive para a China. O porto já movimenta 6% da carga portuária do Brasil e mais de 40% das exportações brasileiras de petróleo. Esse volume, somado à estrutura moderna e à capacidade de integração com o setor energético, o coloca no radar de grandes grupos globais.
Empresas chinesas, que há anos investem em energia e infraestrutura no Brasil, têm demonstrado interesse em projetos que combinam inovação, sustentabilidade e escala. A transição energética — prioridade tanto para o Brasil quanto para a China — pode abrir novas frentes de cooperação, especialmente em tecnologias como hidrogênio verde, sistemas inteligentes de resfriamento e geração híbrida.
Investimentos e empregos em alta
Além da GNA II, o governo federal anunciou novos investimentos de R$ 350 milhões para expandir as atividades do Porto do Açu, e outros R$ 275 milhões destinados ao Terminal Marítimo de Combustíveis do Açu (Tecma). No total, o complexo gera mais de 27 mil empregos, diretos e indiretos, consolidando-se como um dos principais motores de desenvolvimento da região Sudeste.
A inauguração da usina GNA II não apenas amplia a capacidade energética do país, mas também posiciona o Brasil como referência global em soluções de transição energética que equilibram inovação, eficiência e compromisso ambiental. Em um mundo cada vez mais atento à descarbonização, esse tipo de iniciativa fortalece os laços estratégicos com parceiros internacionais — como a China — e amplia as oportunidades de cooperação em setores de alto impacto.