Sem saber que estava sendo filmado durante encontro do Conselho de Saúde Complementar, na terça-feira (27), Guedes também criticou a eficácia da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês SinoVac. “O chinês inventou o vírus, e a vacina dele é menos efetiva do que a do americano”, declarou.
O presidente da Frente Parlamentar, deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), afirmou que a declaração do ministro pode causar estranhamento na relação diplomática entre os países, o que pode prejudicar a luta pela erradicação da covid-19, além de parcerias comerciais.
Pinto destacou, no entanto, que Paulo Guedes tem sido conivente com ações do presidente Jair Bolsonaro. “O país está virando um hospício”. “Guedes vestiu a fantasia do Bolsonaro e rasga sua biografia para se manter no cargo. É uma catástrofe”, declarou Pinato.
Além disso, o líder da Frente Parlamentar Brasil-China argumentou que o comportamento de Bolsonaro em relação à China pode comprometer o andamento e desenvolvimento do agronegócio no país.
Pinato afirmou também que, em um “país sério”, o chefe de qualquer pasta que agisse conforme Guedes age – insultando países parceiros -, já teria sido exonerado do cargo, ressaltando ainda que as alegações do ministro são “estratégia” para abafar questões importantes, como a CPI da Covid.
“O Ernesto Araújo (ex-Relações Exteriores) era um retardado. O pior vírus que existe não é a Covid, mas a loucura desse governo irresponsável. Os jornais da China vão destacar essa declaração. É prejuízo para troca de tecnologia. Guedes joga o Brasil para o final da fila”, disse Pinato,
Ao descobrir que estava sendo filmado, Paulo Guedes pediu: “Só não manda para o ar, por favor”. No entanto, a transmissão era ao vivo. Minutos depois, o vídeo foi retirado do ar.
O embaixador chinês do Brasil, Yang Wanming, sem citar Guedes, respondeu às críticas feitas pelo ministro da Economia. Wanming lembrou que os chineses são os principais fornecedores de vacinas contra a covid-19 no Brasil.
“Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo Brasil e são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial”, apontou.