Brasil e Índia devem ser membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, defende Rússia

Representante russo nas Nações Unidas argumentou que reforma no Conselho é urgente diante da sub-representação dos países em desenvolvimento

(Foto: Wikicommons)

O representante permanente da Rússia na ONU crê que o Conselho de Segurança das Nações Unidas seria mais eficaz com a presença de mais países em desenvolvimento, como a Índia e o Brasil. A declaração é de Gennady Gatilov em entrevista à Sputniknews

Os países são sérios candidatos a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), e a reforma desse órgão está se tornando cada vez mais urgente, disse o representante russo. 

“Para melhorar a eficácia do Conselho de Segurança, é necessário aumentar a representação dos países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina. Consideramos o Brasil e a Índia fortes candidatos a assentos permanentes no Conselho no caso de uma decisão sobre sua expansão, tanto na categoria de membros permanentes, quanto não permanentes”, contou Gatilov.

Para Gatilov, a reforma do Conselho de Segurança da ONU está se tornando “cada vez mais necessária” para lidar com a sub-representação dos países em desenvolvimento, enquanto o Ocidente está super-representado.

“A arquitetura atual da governança global não corresponde totalmente às realidades geopolíticas. Elas devem levar em conta o surgimento de novos centros de influência política e econômica no mapa mundial, contribuir para a construção de uma ordem mundial mais justa e democrática, fortalecendo o verdadeiro multilateralismo nos assuntos internacionais”, acredita o diplomata.

O Conselho de Segurança da ONU é uma estrutura permanente da organização, que é a principal responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais.

Quinze países, sendo cinco membros permanentes e dez temporários, formam Conselho de Segurança. Os membros permanentes são a China, os EUA, a França, o Reino Unido e a Rússia, que têm o direito de veto. 

Tal direito já foi questionado pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, após a resolução brasileira para o conflito entre Israel e Palestina ter sido rejeitada apesar receber 12 votos a favor (de um total de 15) e apenas um contrário, o veto dos Estados Unidos.

O mandatário afirmou que a ferramenta não é democrática e chegou a classificar como “loucura” o direito a veto vigente no Conselho de Segurança. “Ela ´´[a resolução brasileira] foi vetada por causa de uma loucura que é o poder de veto concedido aos cinco países titulares do conselho. Eu sou totalmente, radicalmente contra. Isso não é democrático”.

Já os dez membros restantes do CSNU são eleitos para mandatos de dois anos. O Brasil completou sua presidência rotativa no órgão em outubro de 2023 em meio à guerra entre no Oriente Médio e sem a aprovação de uma resolução de cessar-fogo para o conflito diante dos sucessivos vetos dos membros permanentes. 

(*) Com Sputniknews

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