Numa cerimônia no Planalto que contou com as presenças das principais lideranças dos três poderes, incluído um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli , o presidente comentou sobre a expansão da internet e aproveitou para tentar manter o armistício em especial com o Judiciário. Toffoli também agraciado com o prêmio Marechal Rondon de Comunicações, é o primeiro ministro do tribunal a comparecer a um evento do governo após os atos antidemocráticos de 7 de Setembro.
— Como disse o Chacrinha, quem não se comunica se estrumbica. Mas tem que se comunicar bem. A fake news faz parte de nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Se não, a noite não acaba bem. A fake news morre por si só, não vai para frente — disse Bolsonaro, que se apresenta como o maior alvo de fake news nas redes sociais.
A Presidência da República editou uma medida provisória, semana passada, que altera o marco civil da internet e limita a capacidade das redes sociais de excluírem conteúdos nas plataformas. Para especialistas, a medida pode facilitar a propagação de informações falsas e desinformações.
Durante os discursos, tanto o presidente quanto o ministro das Comunicações, Fábio Faria, atacaram o PT e o projeto que o partido defende e que voltou a ser colocado em pauta pelo ex-presidente Lula, semana passada, de regulação da mídia.
— Meu pai já falava que certas coisas só se dá valor quando se perde. E nossa liberdade de imprensa, com todos seus defeitos, tem que existir. Jamais teremos qualquer medida visando censurá-la, com todos seus defeitos. É melhor ela (mídia) falando, do que calada — disse Bolsonaro.
Em julho deste ano, a organização Repórter Sem Fronteiras apontou que o número de ataques de Bolsonaro em relação à imprensa aumentou 74% em relação ao segundo semestre de 2020. A entidade observou ao menos 87 declarações ofensivas, além de 331 ataques contra profissionais e veículos jornalísticos no mesmo período que partiram do presidente, de seus filhos e de outros membros do governo.
Fábio Faria fez elogios ao presidente, disse que ele foi eleito fazendo campanha pelo celular e atacou o PT.
— Quem está falando em regular a mídia não é o presidente Bolsonaro. Em ditaduras, onde só se pode falar bem do governo. Regular a mídia é feito em países ditatoriais, que não tem internet para a população — disse o ministro.