O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, em 2024, R$ 6 bilhões em financiamentos para projetos ligados ao Fundo da Marinha Mercante (FMM), operado pelo próprio Banco. O valor representa um recorde nos últimos 12 anos e supera em três vezes o total aprovado entre 2019 e 2022, quando os recursos destinados ao setor somaram R$ 1,9 bilhão. Os dados foram divulgados pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Além de refletir um novo ciclo de investimentos no setor naval, as aprovações de 2024 ultrapassam os R$ 3,9 bilhões registrados ao longo dos sete anos anteriores, entre 2016 e 2022. Segundo Mercadante, a retomada da construção naval está impulsionando a geração de mais de 10 mil empregos, principalmente no segmento de transporte hidroviário, com a fabricação de balsas, barcaças e empurradores.
“O Brasil tem um imenso potencial nesse setor, principalmente no contexto da descarbonização. As exigências da Organização Marítima Internacional da ONU determinam que, até 2030, 40% da frota mundial deve utilizar combustíveis renováveis. Isso pode representar uma grande oportunidade para a indústria naval brasileira, dada nossa liderança internacional em biocombustíveis”, afirmou o presidente do BNDES.
Além dos recursos do FMM, Mercadante destacou que o banco lançou um edital de R$ 6 bilhões para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, incluindo o combustível de aviação sustentável (SAF) e combustíveis marítimos renováveis. O potencial de investimento identificado pelo BNDES para essas novas tecnologias chega a R$ 167 bilhões. “Esse edital reafirma o enorme potencial para uma retomada muito promissora da construção naval associada à descarbonização”, acrescentou.
O Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério dos Transportes, tem como principal objetivo financiar o desenvolvimento da indústria naval e da frota mercante brasileira. Seus recursos provêm, em grande parte, do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), tributo criado em 1987. Com o aumento da demanda global por combustíveis limpos e embarcações mais eficientes, os investimentos na construção naval tendem a ganhar novo fôlego nos próximos anos.